Estabelecer a construção de sindicatos globais e romper as barreiras que promovem a desigualdade de gênero e a plataformização do trabalho foram as pautas do 5º Congresso Mundial da Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), entidade na qual o Sindicato dos Químicos do ABC é filiado.
O evento foi realizado de 5 a 7 de outubro em Madri, Espanha, sob o tema “Vamos – Organizar-se além das fronteiras”.
Plataformização do trabalho faz parte da novas nomenclaturas do mundo laboral e, similar ao que chamamos de Uberização, é um tipo de gestão e controle da força de trabalho com a consolidação do trabalho sob demanda e dependência de plataformas digitais para execução das atividades de trabalho.
Químicos do ABC presente!
O Congresso reuniu 360 sindicatos, de 117 países, em um encontro híbrido: presencial e virtual. A delegação do Sindicato presente ao evento foi composta pelo presidente Raimundo Suzart e as lideranças Danielle Franco, José Evandro Alves da Silva e João Oliveira (o Montanha).
Estiveram presentes outros sindicalistas do setor químico brasileiro: o também diretor do Sindicato, Aírton Cano, que representou a Fetquim-SP, e dirigentes do Sindicato dos Químicos de São Paulo e da CNQ-CUT.
Compromisso com a Democracia
O presidente da ICM Internacional, Per-Olof Sjöo, abriu o Congresso celebrando as profundas raízes do sindicalismo global e o firme compromisso com a democracia.
“Somos confrontados por numerosas crises em todo o mundo e só podemos progredir através de nossa capacidade de organizar os trabalhadores. A BWI [sigla em inglês para ICM] tem raízes profundas em suas filiadas e tem uma estrutura democrática. A democracia traz legitimidade, e, em nossa democracia sindical, as afiliadas são sempre convidadas a participar ativamente na elaboração de políticas e na eleição de nossos líderes”, afirmou Sjöo.
O secretário de Estado do Emprego e Economia Social da Espanha, Joaquín Pérez Rey, prestigiou o Congresso e, na sua fala, enfatizou a importância da existência e do trabalho dos sindicatos em todo mundo.
PAZ como base da democracia
Ao final das atividades, todos os presentes reafirmaram seu forte compromisso com a paz global. Afirmaram que “sem paz não há justiça. E sem justiça, há pouca esperança para os direitos humanos e sindicais e a democracia”.
“A paz é a base da democracia da classe trabalhadora. Em meio ao aumento contínuo do autoritarismo global e dos conflitos militares, a BWI e suas afiliadas se comprometem a continuar a luta para mudar o mundo e torná-lo um lugar melhor e mais pacífico para todos”, registra BWI nas redes sociais.
O congresso ainda discutiu os planos, políticas, agenda e ações das entidades filiadas nos próximos anos e elegeu o Conselho Mundial, o Presidente, Vice-Presidente, Secretário Geral e Auditores da próxima gestão da ICM.
Brasil é tema de moção e sediará próximo Congresso
Uma moção emergencial em defesa da democracia no Brasil e de Lula presidente foi aprovada no plenário do 5º Congresso da ICM: “A democracia no Brasil só será garantida a partir da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva”, diz o texto.
Outra moção importante fala da liberdade de expressão no Irã, motivado pelo massacre de 82 pessoas durante um protesto que se seguiu após o assassinato da jovem curda Mahsa Amini por não estar usando o véu islâmico.
A defesa de tratamento igualitário entre trabalhadores israelitas e palestinos, que ficou ainda mais acentuada com a pandemia e distribuição de vacinas contra a Covid-19 também foi tema de mais uma moção aprovada pelos delegadas e delegados do Congresso.
No encerramento, o recém-eleito presidente da BWI, Per-Olof Sjöö anunciou que o Brasil sediará o 6º Congresso Mundial da BWI em 2026.
“Da Espanha, iremos para o Brasil. E dentro deste período, continuaremos a nos organizar além das fronteiras. Para as pessoas. Pela paz. E para o planeta”, disse.
Com informações da Imprensa BWI e delegação da Fetquim
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