O cenário das negociações salariais tem melhorado. É o que demonstra o boletim “De Olho nas Negociações do Dieese”, edição de número 33.
Segundo a pesquisa divulgada no site do órgão, cerca de 88% das 759 negociações com data-base em maio conseguiu reajustes acima da inflação medida pelo INPC. Desde outubro de 2019, o percentual de reajustes acima da inflação não ultrapassava os 80%.
Acumulado – Reajustes iguais ao INPC foram computados em 11% das negociações; apenas 0,5% ficou abaixo do índice. Indústria e comércio foram os setores com melhores resultados de janeiro a junho, com 76,2% e 52,8% de reajustes acima da inflação, respectivamente.
Segundo Luís Ribeiro, técnico do Sistema de Acompanhamento de Informações Sindicais do Dieese, o resultado reflete a queda da inflação, mobilização de Sindicatos pra repor as perdas e aumento do salário mínimo. “Vínhamos convivendo, até o ano passado, com inflação na data-base de maio acima de 12%. Agora, estamos com 2,95%”, explica.
O técnico avalia que o resultado se encaixa na tendência de melhora nos últimos meses. Ele explica: “As categorias têm conquistado mais ganhos, comparados aos anos anteriores. Tivemos dois anos seguidos de perdas. Agora, estamos em processo de recuperação”.
Para Luís Ribeiro, a tendência é que a curva positiva se mantenha. “A inflação baixa contribuiu. Mas, pra termos um crescimento vigoroso, é preciso que a economia deslanche. E a redução da taxa de juros será essencial”, ele analisa.
Mínimo – O técnico lembra que a política de aumento continuado no salário mínimo vai ser fundamental pra estimular e pressionar as negociações das categorias com menor poder de fogo. Ribeiro afirma: “Numa conjuntura de negociação desfavorável ao trabalhador, uma política de aumento no salário mínimo será essencial”.
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Por Agência Sindical
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