O ano virou, mas a desoneração da folha continua no impasse. O tema cheio de vaivéns provoca choques entre governo, empresários, Congresso Nacional e parte do sindicalismo.
Dirigente metalúrgico em SP e presidente nacional da Força Sindical, Miguel Torres tem passado parte do tempo em Brasília, em reuniões e busca de soluções.
A desoneração de amplos setores começou em 2012, com Dilma. O atual governo a suspendeu. O Congresso restabeleceu. O governo vetou e produziu Medida Provisória com mudanças, mas elas não agradam congressistas, empresariado e parcela do movimento.
Reunião – Segundo Miguel, no início de fevereiro haverá reunião tripartite. A ideia é mexer na MP, para torná-la aceitável às partes. Ele diz: “A preocupação sindical é tripla. Ou seja, manter os empregos, preservar a massa salarial e também o caixa da Previdência”. A desoneração reduz o recolhimento previdenciário dos setores e subsetores abrangidos.
Sindicalistas têxteis, construção civil, autopeças e outros temem prejuízos caso a desoneração caia. Eles preveem desemprego e dificuldades nas negociações coletivas. “Nesses 12 anos, parte da indústria criou dependência da desoneração”, afirma o presidente da Força.
Para Miguel, o governo erra ao não agregar o sindicalismo ao debate desde o início. “A área econômica até trata com o empresariado, mas o movimento, que tem propostas, inclusive feitas pelo Dieese, tem tido pouco espaço”. Ele espera que isso mude após a reunião em fevereiro.
O dirigente forcista defende contrapartidas efetivas, como emprego e avanço nas negociações coletivas com os trabalhadores de setores que venham a manter a desoneração. Quanto à forma adotada pelo governo, ou seja, Medida Provisória, Miguel diz: “Azedou a relação com empresários e Congresso”.
China – Uma das formas do governo ampliar receita, segundo Miguel Torres, é com a taxação de produtos chineses até 50 dólares. Ele comenta: “Esse tipo de produto, dentro das normas tributárias atuais, atinge duramente os setores têxtil, confecção e também o comércio varejista”.
Categorias – Outra preocupação de Miguel Torres é a comunicação com as bases. Ele diz: “Queremos ficar longe de qualquer ideia que pareça lobby. Nossa intenção é passar a ideia de defesa da produção, do emprego, da massa salarial e do poder de negociação das entidades”.
MAIS – Sites das Centrais e Dieese.
Agência Sindical
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