Educação

Sob protestos, Nikolas Ferreira assume presidência da Comissão de Educação

Deputado conhecido ´por divulgar fake news e por suas posições extremistas vai presidir comissão que vai tratar de assuntos educacionais

 

Já passava de 19h desta quarta-feira (6) quando os novos presidentes das 30 comissões da Câmara dos Deputados começaram a ser empossados. A indicação do deputado Nikolas Ferreira (PL–MG) para presidir a Comissão de Educação foi o que mais incomodou o governo. O PT resistiu a aceitar o nome de Nikolas, mas acabou acatando a negociação porque o cargo estava designado para ser ocupado por um deputado do PL. A direção do partido não abriu mão.

As posses estavam marcadas para as 15h, mas foram suspensas porque os acordos já acertados tiveram que ser rediscutidos. A confirmação da posse do deputado mineiro só aconteceu depois de um bate-boca, já que os parlamentares de esquerda resistiram a confirmar seu nome.

O deputado Rogério Correa (PT–MG) disse que a bancada petista votaria contra porque o acordo era que o PL assumisse a presidência da Comissão de Educação, mas não havia consenso em torno do nome de Nikolas. Ivan Valente (PSOL–SP) tratou a nomeação como “retrocesso civilizatório” e uma provocação do PL. Duda Salabert (PDT–MG) alertou que Nikolas pode ser preso, já que responde a processo criminal, e Tabata Amaral (PSB–SP) o chamou de “moleque”.

Numa antecipação do que será o clima na Comissão de Educação ao longo do ano, o resultado foi de 22 votos a favor de Nikolas e 15 nulos. O deputado não estava presente, já que seu filho nasceu ontem.

Inicialmente, o nome desejado pelo PL para presidir a Comissão de Educação era o de Gustavo Gayer (PL–GO), mas como ele vai concorrer a eleição em seu estado acabou preterido por Nikolas. Os correligionários destacaram que o deputado mineiro, conhecido por divulgar fake news e pela postura extremista, foi o mais votado da história do país, é um político “ideológico” e por isso mesmo, segundo integrantes do PL, o melhor nome para essa posição.

Na saída das negociações, o líder do governo, deputado José Guimarães (PT–CE), justificou que o PL tem suas prerrogativas, assim como o PT, de escolher os nomes que achar melhor, e que isso era inegociável. Guimarães disse, no entanto, que há um acordo de que a Comissão de Educação não vai atrapalhar as pautas do governo.

Algo bastante difícil de se acreditar, diante do que disse o deputado Sóstenes Cavalvante (PL–RJ): “O garoto (Nikolas) está ‘causando’ e incomodou o governo, então foi bom”, ironizou Sóstenes, fazendo sinal de positivo com o dedo. “Nós somos oposição, se incomodou o governo, está bom”.

Outros extremistas, além de Nikolas Ferreira

O PL fica com a presidência de cinco comissões, entre elas Educação, Constituição e Justiça, Segurança e Esportes.

A federação formada por PT, PSB e PCdo B ficou com a presidência das Comissões de Fiscalização e Controle, Saúde, Cultura, Direitos Humanos, Amazônia e Povos Originários e Mulher. Segundo José Guimarães, a prioridade do governo era o grupo de Fiscalização e Controle.

Pelo acordo, o PT indicar o vice-presidente da Comissão de Educação, que está com o PL, e o PL indicar o vice da Comissão de Saúde, que está com o PT.

Deputados governistas admitiram que vão ter muito trabalho para evitar que as comissões presididas pelo PL não atrapalhem os planos do Executivo.

Além de Nikolas, os parlamentares da base do governo se preocupam com o fato de que a deputada Caroline Di Toni (PL–SC) tenha sido designada para presidir a Comissão de Constituição e Justiça. Também conhecida pela atuação extremista, ela fez um discurso conciliador. “É uma posição análoga a de um magistrado, alguém que tem que mediar todo tipo de interesse. A gente tem que ter consenso, essa é a nossa linha de condução”, disse ela.

Poucos governistas, no entanto, acreditam nessa atuação ponderada. Mas como a antecessora na comissão era outra extremista, Bia Kicis (PL-DF), o grande espanto foi mesmo a indicação de Nikolas ferreira.

Veja abaixo um vídeo que exemplifica o nível cultural do novo presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados:

Por Heloisa Villela  – ICL notícias

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