As Centrais Sindicais realizaram segunda (12) Plenária em Defesa da Previdência e Seguridade Social. O evento no auditório do Dieese, em São Paulo, reuniu 300 pessoas, entre dirigentes da ativa e aposentados.
O especialista chileno Mario Reinaldo Villanueva Olmedo, da Confederación de Profesionales de la Salud, relatou os danos causados à classe trabalhadora no Chile com a reforma da previdência local, que abriu caminho para o modelo de capitalização que o governo Bolsonaro pretende aplicar no Brasil.
DIEESE – Encontro reuniu as nove Centrais Sindicais e teve palestra de especialista chileno
Segundo Villanueva, com o modelo chileno, 2,5 milhões de pessoas vão receber pensões inferiores ao salário mínimo chileno. “Só quem ganha com isso são os bancos, seguradoras e grandes empresas. Aos trabalhadores só resta uma aposentadoria muito baixa”, afirma.
O diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, comenta: “O que nós vimos foi um relato bastante preciso do que acontece no Chile. Quando o modelo foi implantado havia a expectativa de se devolver ao trabalhador, quando da sua aposentadoria, entre 70% e 100% do que foi aplicado. No entanto, hoje os homens recebem cerca de 30% e as mulheres, 25%. Um verdadeiro desastre”.
As Centrais apresentaram documento unitário, apontando questões fundamentais no debate sobre o futuro da Previdência. As entidades destacam direitos a serem assegurados, políticas públicas, formas de financiamento, alternativas que podem melhorar a gestão e avaliação e monitoramento permanente do sistema previdenciário.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, disse à Agência Sindical que a unidade do sindicalismo é fundamental para resistir à reforma. “O movimento sindical mostra que está unido. A plenária reuniu todas as Centrais e Sindicatos de várias categorias. O próximo passo é explicar para a população os riscos que é esse modelo proposto pelo futuro governo trará para as aposentadorias”, ressalta.
Atos – As Centrais definiram 22 de novembro como dia de mobilização e esclarecimento. Será publicado panfleto explicativo. “Faremos mobilização em todo o Brasil, nos principais pontos de concentração popular. Será uma campanha permanente em defesa da aposentadoria pública. Mas não se trata só de aposentadoria. A Previdência abrange também pensões em caso de morte, de acidente de trabalho, enfim, é todo um sistema de seguridade social”, destaca Sérgio Nobre, secretário-geral do CUT.
Os dirigentes também farão manifestações, dia 26 de novembro, nas Superintendências Regionais do Trabalho pelo País. Os atos serão em defesa do Ministério do Trabalho e Emprego, que Bolsonaro que extinguir.
Agência Sindical
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