A Frente Inter-religiosa por Justiça e Paz e uma rede de organizações e coletivos realizam hoje (10), ato para celebrar os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O evento ocorre na Catedral da Sé, Centro de São Paulo, às 15 horas.
Anualmente, comemora-se em 10 de dezembro o Dia Internacional dos Direitos Humanos. A celebração é alusiva à data em que a Assembleia Geral das Nações Unidas oficializou, em 1948, o documento que serve de referência para o amplo exercício da cidadania, dos direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos.
O advogado Antonio Funari Filho, presidente da Comissão Justiça e Paz da arquidiocese de São Paulo, disse à Agência Sindical que a Declaração Universal dos Direitos Humanos “é uma carta de princípios que tem de ser reverenciada”. Ele lembra que seus preceitos foram incorporados na Constituição de 1988, mas não estão plenamente estabelecidos e ainda correm riscos.
“Não conseguimos cumprir até hoje os anseios de igualdade e corremos riscos de retrocessos com relação aos avanços que tivemos com respeito às liberdades”, adverte.
Para a jornalista Rose Nogueira, que foi vítima da violência no regime militar e hoje é integrante do Grupo Tortura Nunca Mais, a Declaração deveria ser seguida pelos governos. “Os seus 30 tópicos formam, na verdade, um programa de governo. Qualquer governante, seguindo a Declaração, irá fazer uma boa gestão”, destaca.
Celebração – O ato litúrgico desta segunda será conduzido pelo Cardeal Dom Odilo Scherer, com apoio de entidades da sociedade civil e representantes de sete vertentes religiosas: católicos, budistas, evangélicos, indígenas, judeus, muçulmanos e religiões de matriz africana.
Entre os religiosos, participam o Sheikh Mohamad Al Bukai, da União Nacional das Entidades Islâmicas do Brasil; o Pastor Ariovaldo Ramos, da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito; a Iyalorixá Adriana Toledo, o Rabino Alexandre Leone, o monge budista Ryozan Sensei. Também estarão presentes líderes ortodoxos.
Após a cerimônia, lideranças religiosas, da academia, do sistema de justiça e dos movimentos sociais farão depoimentos. O ato marca o início de um programa de ação da Frente Inter-religiosa, para a valorização permanente dos direitos humanos.
Agência Sindical
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