CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, CGTB, Intersindical e CSP-Conlutas realizaram terça (11) ato unitário em repúdio à anunciada extinção do Ministério do Trabalho. O protesto, em frente à Superintendência Regional de São Paulo, reuniu lideranças e trabalhadores de várias categorias. Houve manifestações em outras Capitais.
Os sindicalistas alertaram para o risco de uma precarização ainda maior das relações capital-trabalho. Os manifestantes foram unânimes na crítica de que o propósito do futuro governo é desarticular o sistema de proteção aos trabalhadores.
Segundo o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, o fatiamento do Ministério, com suas funções diluídas na Economia, Justiça e Cidadania, é a cereja do bolo de um processo contínuo de sucateamento, que se aprofundou nos últimos anos.
“Querem acabar com uma Pasta histórica. Quem perde com isso são os trabalhadores. Quem irá fiscalizar as empresas que não cumprem as normas de segurança? Como fica o combate ao trabalho em situação análoga à escravidão? E o trabalho infantil, quem vai impedir?”, questiona Miguel.
Para Adilson Araújo, presidente da CTB, a extinção do MTE será um retrocesso profundo. “O fim do ministério nada mais é que a continuidade da agenda ultraliberal, que começou com o governo Temer e teve sequência com a eleição de Bolsonaro. Querem liquidar com todas as conquistas dos trabalhadores e a Pasta do Trabalho é uma das poucas garantias para essas conquistas”, afirma.
Ex-ministro do Trabalho de 1990 a 1992, o eletricitário Antônio Rogério Magri compareceu ao ato e lamentou que Pasta criada por Getúlio Vargas, há 88 anos, “com intuito de mediar os conflitos”, possa ser extinta com uma canetada. “O Ministério do Trabalho, bem conduzido, resguarda os direitos trabalhistas. O seu fatiamento é um ataque ao movimento sindical e prenúncio de que a classe trabalhadora será submetida a um novo período de abandono”, alerta.
Para Luiz Gonçalves (Luizinho), presidente da Nova Central SP, é preciso barrar as investidas antitrabalhador. “Em todos os governos, o Ministério do Trabalho foi um órgão destinado a apaziguar conflitos, negociar e desenvolver as políticas sociais. Além de defender os trabalhadores que não têm Sindicato”, destaca.
O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro Índio, ressalta que o fim da Pasta abre o vale-tudo para os empresários. “A intenção do novo governo é desregulamentar completamente as relações do trabalho. Portanto, acabar com o ministério é acabar com os direitos e com as garantias sindicais”, denuncia.
Agência Sindical
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