O serviço de radiodifusão alemão Deutsche Welle afirmou neste domingo que as autoridades da Venezuela suspenderam o sinal da emissora, mas se comprometeu a seguir transmitindo seus programas na internet para a audiência do país sul-americano em crise.
“A autoridade de telecomunicações venezuelana Conatel eliminou da rede de cabo o sinal de retransmissão do canal de televisão em espanhol da Deutsche Welle”, afirma a emissora pública alemã em um comunicado.
O diretor geral da Deutsche Welle, Peter Limbourg, pediu às autoridades venezuelanas o restabelecimento do sinal, que era acessado através das operadoras de TV a cabo ou por satélite.
Limbourg afirmou que a emissora continuará transmitindo os programas, em particular os que debatem a situação na Venezuela, nas redes sociais e no canal do Youtube da Deutsche Welle.
“Com certeza, continuaremos fazendo todo o possível para informar nossa audiência e usuários na Venezuela”, declarou.
“Por instruções do Conatel, operadoras de televisão a cabo retiraram do ar o sinal da @dw_espanol, um meio de comunicação internacional que tem dedicado múltiplos espaços a informações que mostram a crise, que é de todas as naturezas, na Venezuela”, alertou o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP) no Twitter.
A Alemanha está entre os mais de 50 países que expressaram apoio ao presidente do Parlamento, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela desde 23 de janeiro.
O presidente Nicolás Maduro acusa Guaidó de ser a face visível de um golpe contra seu governo comandado pelos Estados Unidos.
Jornalistas venezuelanos e estrangeiros denunciaram o assédio ou detenções no país. Há um mês e meio, Jorge Ramos, do canal hispânico americano Univisión, foi retido por algumas horas em Caracas ao lado de outros cinco jornalistas depois que Maduro interrompeu uma entrevista.
O SNTP afirmou na ocasião que foram registradas “ao menos 30 detenções de jornalistas e trabalhadores da imprensa” nos dois primeiros meses de 2019.
Em 22 de fevereiro, os canais NatGeo e Antena 3 foram retirados do ar na Venezuela no momento em que exibiam o show organizado na cidade colombiana Cúcuta, na fronteira, para apoiar a entrada, frustrada, de ajuda humanitária promovido por Guaidó.
Em 2017 o canal CNN em espanhol e as emissoras colombianas Caracol TV e RCN foram retiradas da grade de programação das operadoras de cabo por ordem do governo de Maduro.
AFP
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