A Greve Geral convocada pelas Centrais Sindicais mobilizou praticamente todas as categorias profissionais. O ponto principal do protesto nacional foi o combate à reforma neoliberal da Previdência, proposta pelo presidente Bolsonaro. O sindicalismo reafirma que a reforma prejudica segurados da ativa, aposentados e pensionistas, dentro da lógica de trabalhar mais, contribuir por tempo maior e receber menos.
Os atos cobraram também uma política de crescimento econômico, com geração de empregos, e garantia de recursos à Educação. As manifestações começaram ainda na madrugada. Após os protestos da manhã, dirigentes da CUT, Força, UGT, CTB, Nova Central, Intersindical e CGTB se reuniram em São Paulo, em frente ao INSS, no Centro da Capital.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de SP e Mogi das Cruzes, ressaltou os objetivos da Greve. “Combatemos uma reforma que lesa os mais pobres. A propaganda oficial diz que ela combate privilégios. Mas está afetando principalmente quem ganha até três salários mínimos, as viúvas e os que estão prestes a se aposentar e terão que trabalhar o dobro na transição.”, aponta.
Para Vagner Freitas, presidente da CUT, o governo está sem política econômica efetiva. “Se o Guedes quer dinheiro pra colocar no País, deve cobrar de quem tem dinheiro. Cobre das grandes fortunas, reduza os juros, tenha política de investimentos. Nós não queremos que o Brasil se esconda atrás de um saque à Previdência. O governo não tem planejamento. Por isso o Brasil se afunda na crise”, afirma o dirigente.
O deputado federal Paulo Pereira (Paulinho) acompanhou os protestos. Ele diz: “Fizemos uma paralisação grande, com a participação das categorias. Cumprimos o objetivo de levar às ruas a discussão da reforma num momento em que a proposta está em seus últimos dias na Comissão Especial. Buscamos ganhar força de negociação no Congresso e com o governo”.
As mulheres, que serão as mais prejudicadas pela reforma, aderiram em peso ao protesto. “Nós fazemos dupla ou tripla jornada e seremos obrigadas a trabalhar por mais tempo, contribuir mais e receber menos”, ressalta Lídia Correa da Silva, vice da Confederação das Mulheres do Brasil.
Números mostram dimensão da Greve – Mobilizações aconteceram em todos os Estados; o Transporte teve adesão marcante, com paralisação significativa em Brasília, Porto Alegre (RS), Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG); o setor petroleiro parou refinarias em 12 Estados, segundo a FUP; os portuários realizaram interrupções operacionais em seis portos (SP, ES, RJ, CE, RN, PE). Os trabalhadores da Educação também fizeram Greve em todos os Estados. Segundo a Força Sindical, 45 milhões de trabalhadores aderiram ao movimento.
Balanço – Dia 17, as Centrais e outras entidades que participaram da Greve se reúnem para planejar as próximas lutas em defesa da Previdência pública e pelo crescimento.
Cobertura – Nesta sexta, 14, dia da Greve nacional, a Agência Sindical cobriu a manifestação e divulgou, em tempo real, os atos País a fora. João Franzin, coordenador da Agência, afirma: “Testemunhamos uma Greve forte, nacional e realizada pelas categorias mais organizadas. Onde a direção chamou, a base correspondeu”.
Agência Sindical
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