O Ministério da Saúde anunciou terça (16) a suspensão dos contratos com sete laboratórios públicos e privados nacionais, que produzem 19 medicamentos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Esses remédios, em média, custam para o governo 30% abaixo do que os de mercado.
Segundo estimativas, 30 milhões de pessoas serão afetadas pelo corte. Pacientes com câncer, diabetes e transplantados serão os mais prejudicados com a suspensão no fornecimento dos remédios.
O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) divulgou Nota Oficial que critica a suspensão: “Com o cancelamento dos contratos, não há garantia de que os pacientes terão suas demandas por medicamentos atendidas”. E alerta: “Os cortes não podem custar a vida de pessoas”.
Para a diretora do Sindicato e infectologista do Hospital Vila Alpina, Juliana Salles, não há lógica na decisão do governo. “É uma tragédia. São medicamentos indispensáveis para os pacientes”. Ela também questiona o que será feito dos recursos destinados ao setor. “Para onde vão essas verbas? Há indícios de que seguirão para a iniciativa privada”, alerta.
Ronaldo Dias, diretor da Associação dos Laboratórios Oficiais do Brasil, afirma: “É um verdadeiro desmonte de milhões de Reais de investimentos ao longo dos anos Isso irá trazer insegurança jurídica. As empresas não têm mais como investir a partir de agora. Esse é o maior golpe da história dos laboratórios públicos”. Segundo Ronaldo, a Associação irá à Justiça na tentativa de reverter a decisão do Ministério.
DIA 5 – Entidades se mobilizam contra a medida e um ato nacional está marcado pela Federação Nacional dos Farmacêuticos e Conselho Nacional de Saúde para 5 de agosto. A manifestação será em defesa do SUS e contra o desmonte da saúde pública.
Orientação – A dirigente Juliana Salles, do Simesp, orienta quem tiver os medicamentos suspensos a procurar as ouvidorias das Secretarias Estaduais ou Municipais de Saúde.
Mais informações – www.conselho.saude.gov.br
Agência Sindical
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