O presidente Jair Bolsonaro acusou nesta quarta-feira a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, de “se intrometer na soberania brasileira” com seus alertas de que há uma “redução do espaço democrático” no Brasil.
“Michelle Bachelet, Comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha do [presidente francês Emmanuel] Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares”, afirmou o presidente em seu Twitter.
Falando à imprensa em Genebra, Bachelet, alertou nesta quarta sobre uma “redução do espaço democrático” no Brasil, especialmente com ataques contra defensores da natureza e dos direitos humanos.
Ela também observou um aumento no número de pessoas – especialmente afro-brasileiros e moradores das favelas – que morreram nas mãos da polícia brasileira e também lamentou o “discurso público que legitima execuções sumárias” e a persistência de alguma impunidade.
Bolsonaro comparou em sua mensagem a atitude de Bachelet com a de Macron, com quem ele está em uma disputa aberta decorrente do aumento alarmante dos incêndios na Amazônia, algo descrito como “crise internacional” pela França.
O presidente brasileiro exige, antes de qualquer discussão com Paris, que Macron se retrate por suas declarações nas quais sugeriu internacionalizar a Amazônia caso o Brasil não garanta sua preservação.
Bolsonaro, que defende a exploração da mineração em reservas indígenas e áreas protegidas – mesmo na Amazônia – considera a ação das ONGs e o interesse dos países europeus na preservação da floresta como interferência que ameaça a soberania do Brasil.
Na terça-feira, ele pediu aos brasileiros que usassem as cores verde e amarelo durante as comemorações do dia da independência, no próximo sábado, para reafirmar a soberania brasileira sobre sua região amazônica.
AFP
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