Setor repleto de pequenas empresas, os postos de combustíveis correm risco de ver o segmento dominado por meia dúzia de refinarias e distribuidoras. Isso teria duplo efeito: quebraria parte das 41 mil empresas do ramo e geraria grande volume de demissões.
O alerta é de Francisco Soares de Souza, sindicalista histórico, que preside o Sindicato de Campinas e Região. Dia 24, ele falou pela categoria em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. O dirigente debateu, e criticou, projetos de lei que visam instalar bombas de auto-serviço. Tais projetos têm simpatia do governo e podem levar à verticalização do setor.
Como a primeira audiência não foi conclusiva, dirigentes das categorias e representantes patronais esperam uma segunda. Francisco Soares diz: “Temos argumentos e razão. O que não pode, num ambiente democrático, é o representante da Agência Nacional de Petróleo chegar, falar e ir embora sem ouvir os demais”.
Emprego – Segundo as Federações de Trabalhadores do setor (Fenepospetro e Fepospetro), a cartelização geraria desemprego em massa. “Acho que uns 200 mil trabalhadores perderiam o emprego. E, da parte patronal, das 41 mil empresas, quase todas pequenas, umas 15 mil seriam varridas do mapa”, avalia o conhecido Chico dos Frentistas.
O sindicalista também relaciona cartelização a aumento de preços. Ele diz: “Os que querem dominar o mercado, mesmo à custa do desemprego em massa, visam controlar todo o ciclo de comercialização. Numa situação dessas, é claro que os novos donos do segmento vão impor os preços, e a lógica é de haverá subida e não redução”.
Segundo Francisco Soares de Souza, a modernização dos ambientes de trabalho nos postos segue a evolução dos tempos. No entanto, ele considera injusto que, sem qualquer contrapartida, “meia dúzia de grandes distribuidoras abocanhem o campo de trabalho dos que tanto contribuíram com o desenvolvimento do País”.
Mais informações – Sinpospetro Campinas, Fepospetro e Fenepospetro.
Agência Sindical
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