Sindical

Cooperativas têm crédito barato e sem burocracia, afirma dirigente

Jornalista Franzin entrevista Milton Cavalo, dirigente da Coopernapi. Foto: Agência Sindical

O cooperativismo é forte nas economias desenvolvidas. Na França e Canadá, por exemplo, a maior fatia do crédito está sob controle de cooperativas ligadas ao sindicalismo. No Brasil, as cooperativas de crédito se expandem, mas ainda são incipientes.

Quem faz essa avaliação é Milton Baptista de Souza, Milton Cavalo. Ele preside o Conselho de Administração da Coopernapi (do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, da Força Sindical) e coordena a CredMetal. A entidade ligada aos aposentados tem sete anos e a cooperativa fundada em Osasco completou duas décadas.

O sindicalista e gestor das duas cooperativas concedeu entrevista ao  “Vídeo da Semana”, da Agência Sindical. Milton Cavalo lembra que as cooperativas também podem oferecer talão de cheques, cartão de crédito e de débito, seguro de vida, empréstimo consignado, capitalização, seguro de vida, consórcio, entre outros serviços.

• Vantagem

“As cooperativas foram criadas para oferecer melhores condições de crédito aos trabalhadores. Em Osasco, decidimos criar uma cooperativa específica pros metalúrgicos. Os bancos sempre praticaram taxas absurdas. A CredMetal nasceu há 20 anos e a Coopernapi, do Sindinapi, há sete. O objetivo é o mesmo, ou seja, oferecer um serviço de qualidade, com menos burocracia e taxas menores de juro”.

• Bucrocracia

“Nas cooperativas é mais fácil se obter crédito. Quando começamos, vimos que a maioria dos cooperados estavam negativados, por não ter recursos pra quitar as dívidas. Decidimos ajudar essas pessoas a se reestabelecer. Hoje, alguns bancos fazem isso. Mas as cooperativas foram pioneiras em atender trabalhadores nessa situação”.

• Responsabilidade

“As duas cooperativas operam com autorização do Banco Central. Todas as nossas operações são auditadas semestralmente e o BC regula nossas ações. Trabalhamos com o dinheiro dos cooperados. A responsabilidade aumenta. Se fizermos uma má administração, vamos prejudicar a todos. Por isso, agimos com muita responsabilidade”.

• Sobras

“Nossos recursos são capitalizados com o valor mínimo da taxa Selic. É um dinheiro que não fica parado. É um dinheiro utilizado pra fazer os empréstimos e atender a quem necessita. Todo ano, em assembleias de prestação de contas, é decidido o que será feito com as sobras. Há cooperativa que usa as sobras pra comprar material escolar ou mesmo ajudar alguma instituição de caridade. Só não repartimos lucro, porque cooperativa não tem fins lucrativos”.

• Cartel

“Estamos à disposição pra atender a quem queira discutir o cooperativismo de crédito e outras formas. O movimento sindical demorou pra acordar e prestar serviço regular na questão do crédito. Pra se ter uma ideia, no Brasil, o cooperativismo representa 3,4% do montante financeiro. O restante fica na mão do cartel, formado por cinco bancos de três famílias”.

Informações – A Coopernapi fica na rua do Carmo, 171, Praça da Sé, Centro, SP. Telefone 3293.7500. A CrediMetal fica à rua Erasmo Braga, 310, Presidente Altino, Osasco, SP. Telefone 3651.7200.

Jornal Imprensa Sindical

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