Internacional

Menino mata professora e comete suicídio em escola no México

Carro funerário deixa o Colégio Cervantes, no estado de Coahuila, em Torreón, norte do México, em 10 de janeiro de 2020. Foto: AFP / Brenda Alcala

Um menino de 11 anos provocou terror nesta sexta-feira (10) na escola onde estudava no norte do México, ao matar a tiros uma professora e deixar outras seis pessoas feridas antes de se suicidar, um ataque que realizou inspirado em um videogame, declararam autoridades.

“O menino (foi) influenciado por um videogame que se chama ‘Natural Selection’, inclusive a camiseta do menino trazia na parte de baixo o nome do vídeo game”, declarou em coletiva de imprensa Miguel Ángel Riquelme, governador de Coahulia, em cuja capital, Torreón, fica o Colégio Cervantes, uma instituição particular, onde ocorreu o ataque.

“Ele tentou recriar (o jogo) no dia de hoje; disse a um dos colegas, ‘hoje é o dia'”, acrescentou o governador.

Riquelme disse que o jogo simula o manejo de armas de grosso calibre.

A imprensa lembrou que alguns adolescentes que executaram em 1999 o massacre da escola de ensino médio Columbine, no estado do Colorado, nos Estados Unidos, usavam uma camiseta branca com a legenda “Natural Selection”, embora o videogame só tenha sido criado em 2002.

O autor dos disparos no México, que cursava o último ano do ensino fundamental e morava com os avós desde a morte da mãe, há alguns anos, estava em sala de aula quando, por volta das 8H20 locais (11H20 de Brasília) pediu licença para ir ao banheiro.

Ao perceber que ele não voltava, a professora foi buscá-lo.

“Ali, a professora se depara com o menino saindo do banheiro, onde havia trocado de roupa, com duas armas – uma em cada mão – atirando” e pouco tempo depois, “atira contra si mesmo”, contou o governador, cujas filhas também estudaram no mesmo colégio.

O menino usou duas pistolas: uma calibre .40 e outra .22, disse o procurador de Coahuila, Gerardo Márquez, que antecipou que serão investigados os aparelhos eletrônicos do menino para descobrir como ele adquiriu as armas.

México. Foto: AFP / Maria-Cecilia REZENDE


Não está claro se a professora que saiu para procurá-lo no banheiro é a mesma que morreu e que tinha 50 anos.

Dos seis feridos, um é professor de educação física de 40 anos e o restante, crianças, cujas idades não foram informadas e que “já estão fora de perigo”. Tampouco se sabe se eram colegas do menor autor do ataque, concluiu o governador.

“O banheiro fica perto da sala de aula” onde estudava o atirador, acrescentou o governador.

Nas primeiras imagens transmitidas pela TV viam-se pais nas grades do Colégio Cervantes, alguns chorando.

– Tinha “excelentes avaliações” –

Jorge Zermeño, prefeito de Torreó, disse ao canal de notícias Televisa que o menino tinha “excelentes qualificações” e “um comportamento aparentemente normal”, embora não tenha descartado que tivesse “algum tipo de problema” psicológico.

Ataques a tiros em escolas não são comuns no México, ao contrário dos Estados Unidos. Em 2014, um rapaz de 15 anos matou um colega de 13 em uma escola de ensino médio no estado do México (centro).

Outro caso similar ocorreu em 2017, quando um jovem, também de 15 anos, atirou e feriu quatro colegas de turma em uma escola de ensino médio na cidade de Monterrey (norte).

AFP

Jornal Imprensa Sindical

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