Sindical

Fenaj denuncia que agressões à imprensa sobem mais de 54%

Em São Paulo, cinegrafista é atingido por spray de pimenta. Foto: Rodrigo Paiva/Estadão

A Federação Nacional dos Jornalistas divulgou a edição de 2019 do relatório anual “Violência contra jornalistas e liberdade de imprensa no Brasil”. Considerado o mais completo relatório sobre o tema no País, o documento aponta que as agressões a jornalistas e aos veículos de comunicação cresceu nos últimos anos.

Segundo o levantamento, que teve grande repercussão nos mais diferentes órgãos de imprensa, foram registrados no período de um ano 208 ataques a veículos de comunicação e jornalistas, aumento de 54% em relação a 2018.

Do total, 114 casos foram de descredibilização da imprensa e 94 de agressões diretas a profissionais. O Sudeste se manteve como a região com mais casos de violência direta contra jornalistas, registrando 44 ocorrências (46,81%).

Agência Sindical conversou sobre os dados com Márcia Quintanilha, vice da regional Sudeste da Fenaj. Segundo a jornalista, a entidade vê os números com preocupação: “É uma situação muito grave, que constrange a função do jornalista e põe uma pressão abusiva contra os veículos de comunicação”.

Para ela, o mais preocupante é que a maior contribuição para o aumento da violência vem do presidente da República. O relatório registra que, sozinho, Jair Bolsonaro foi responsável por 58% dos ataques, chegando a 121 casos; destes, 114 foram ofensivas genéricas e generalizadas, além de sete agressões diretas a jornalistas.

“Isso acaba dando aval pra quem já pratica ou concorda com esse tipo de postura. Ou seja, a prática da nossa atividade profissional está correndo risco”, avalia a representante da Fenaj.

A dirigente comenta que o Estado de São Paulo tem o maior número de casos. “Se pegar desde julho de 2013, aumentou muito. Temos profissionais que perderam até a visão durante o trabalho”,afirma, criticando a banalização das agressões contra jornalistas. “Os profissionais não têm culpa pela forma editorial que a empresa adota”, diz.

Márcia Quintanilha destaca o papel das entidades de classe na defesa dos profissionais, que ficaram mais desprotegidos depois que a reforma trabalhista agravou a precarização. “Estamos estudando como tratar essa questão e proteger os profissionais, essa força de trabalho. Há muitos freelas e pejotas”, explica.

Repercussão – “É importante a grande imprensa ter divulgado o relatório, porque queremos que essas informações cheguem à população. Esses ataques a jornalistas e aos veículos de comunicação fragilizam a própria democracia”, afirma a sindicalista.

 

Mais – Clique aqui e acesse o relatório da Fenaj na íntregra.

Agência Sindical

Jornal Imprensa Sindical

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