O governo anunciou terça (28) a demissão do presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social, Renato Rodrigues Vieira. Quem deu a notícia foi o secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, durante coletiva sobre providências para reduzir a fila de pedidos no INSS. O secretário de Previdência, Leonardo Rolim, assumirá o cargo.
Hoje, quase dois milhões de pessoas esperam a liberação de aposentadorias e outros benefícios, cuja análise se encontra parada no órgão.
OPINIÃO – A mudança na autarquia não parece indicar que o calvário dos segurados está prestes a ter fim. Assim pensa João Batista Inocentini, presidente do Sindicato Nacional de Aposentados e Idosos (Sindnapi), ligado à Força Sindical. “A demissão do presidente do INSS e a greve na Dataprev só agravam o problema”, afirma.
Para o dirigente, o principal problema é a falta de gestão do governo. “A demissão não vai resolver o problema, que é um só: falta funcionários. Milhares se aposentaram e o governo não repôs ninguém. Essa situação se arrasta desde o ano passado. Estão economizando às custas de pessoas que passam necessidades”, protesta Inocentini.
No ano passado, mais de 5,7 mil Servidores se aposentaram. Por outro lado, em protesto contra a privatização da empresa, funcionários da Dataprev – responsável pelo processamento de dados previdenciários – entraram em greve.
DIAP – Para André Santos, analista político do Diap, a substituição do presidente do INSS não vai, por si só, resolver a fila. “É mais grave e estrutural. O governo não demostra capacidade de gerenciar por falta de gestão administrativa e política”, diz. O analista do Diap também concorda que houve desmonte. Ele observa que a demanda maior de pedidos estava prevista, mas o governo não soube administrar “por falta de gestão adequada”.
A fila de requerimentos de aposentadorias e benefícios se acumula desde 2018, quando o processo de digitalização foi intensificado pelo Meu INSS. Com a reforma da Previdência, o gargalo estreitou porque o sistema não foi atualizado para as novas regras.
Agencia Sindical
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