As duas Confederações que representam os trabalhadores nas indústrias da alimentação – CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins), ligada; e Contac (Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação) – iniciam os preparativos pra unificar a negociação coletiva do setor de frigoríficos.
A data-base é 1º de maio, mas as entidades pretendem antecipar para março o lançamento da campanha salarial. A unificação da pauta visa estabelecer um Piso salarial nacional e outros benefícios, a fim de balizar as negociações dos Sindicatos de base.
Segundo Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA, a iniciativa deve fortalecer a luta e beneficiar mais de 150 mil trabalhadores. O dirigente afirma: “Além de estabelecer um Piso nacional, vamos defender reajuste com aumento real. É preciso que haja um mínimo para todos os Sindicatos negociarem”.
Lucros – O setor é um dos maiores do País. E, apesar da crise que assola o Brasil, os grandes frigoríficos obtiveram os maiores lucros – principalmente depois que o preço da carne disparou, assim como cresceram as exportações. Para Artur, num momento em que o Brasil eleva as exportações de aves, carne bovina e suína para países como a China, o poder de negociação dos Sindicatos também cresce. “Isso porque aumentam a produção e o lucro das empresas. Nada mais justo do que cobrar melhores condições de trabalho e salários dignos”.
Monopólio – Sobre os altos preços para o consumidor brasileiro, o dirigente explica que apenas duas empresas dominam 90% do mercado. “O setor de aves é controlado pela BRF/Seara. O de carne bovina, pela JBS/Friboi. Ou seja, não existe concorrência. Esse é o problema do monopólio. E vem de vários governos, não só do atual”.
O número de empregados no setor, considerando as cadeias produtivas de processamento de carne de bovinos, suínos e aves, chega a mais de 250 mil em todo o Brasil – incluídas as vagas no campo, na indústria e nos serviços.
Agência Sindical
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