Cresce a greve nacional dos petroleiros, atingindo praticamente todas as unidades da Petrobras. Os líderes do movimento informam que 120 unidades da empresa já aderiram à paralisação, entre elas plataformas, terminais e o parque de refino.
Coordenador da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) e dirigente petroleiro no litoral paulista, Adaedson Costa disse à Agência Sindical que, além das equipes embarcadas na plataforma de Merluza, na bacia de Santos, os trabalhadores da Província Petrolífera de Urucu, no coração da Amazônia, aderiram ao movimento domingo (16).
“A greve está em franco processo de crescimento, começando a causar impacto na produção. Aumenta também a indignação da categoria contra a postura da Petrobras. Faremos um grande ato de repúdio em frente à sede da empresa”, informa o dirigente.
O ato, que está sendo chamado de Grande Marcha Nacional em defesa do emprego, da Petrobras e do Brasil, ocorre nesta terça (18) com caravanas de vários Estados. A concentração será a partir das 16 horas, em frente à sede da empresa (Edise), no Rio.
A greve já ultrapassa a categoria. Na semana passada, o movimento ganhou apoio dos caminhoneiros, que estão mobilizados em defesa do Piso Mínimo do Frete e lançaram campanha contra a política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras.
Caminhoneiros – O apoio dos caminhoneiros foi anunciado sábado (15) pela Associação Nacional dos Transportadores Autônomos do Brasil (ANTB). Segundo o presidente da entidade, José Roberto Stringasci, a política de preços é um assunto que “precisa ser discutido com toda a sociedade”. “Se temos o petróleo e a Petrobras, não é possível mais aceitarmos essa cobrança inadequada na bomba”, afirma o dirigente.
Segundo Deyvid Bacelar, dirigente da FUP (Federação Única dos Petroleiros), os petroleiros apoiam a luta dos condutores autônomos, que marcaram manifestação e prometem parar na quarta (19), em protesto contra a suspensão do julgamento da Lei 13.703, que criou o piso do frete, que deveria ocorrer esta semana no Supremo Tribunal Federal. “Nós temos como produzir derivados de petróleo, como diesel, gasolina, gás de cozinha a preço justo, desde que a gestão da empresa mude a política de preços atual”, diz Bacelar.
Justiça – O Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital, da Faculdade de Direito da USP, divulgou nota em apoio aos petroleiros, na qual critica “recentes decisões do TST que atentam contra o já limitado direito de greve e que contribuem para a opressão da classe trabalhadora”.
Agência Sindical
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