iu a ficha do sindicalismo, de A a Z, que Jair Bolsonaro não tem mais condições de liderar o País na luta contra o coronavírus e em defesa da economia nacional, pela preservação dos empregos e proteção do sistema produtivo.
Nota (leia em seguida) assinada pelas Centrais chama o Congresso Nacional a assumir a direção política e a comandar a resistência.
O sindicalismo deixa claro que, para tanto, é preciso devolver ao Executivo a maléfica Medida Provisória 927 (substituída pela 928), que joga uma bomba arrasa-quarteirão no mundo do trabalho, desorganiza a vida dos trabalhadores e devasta o emprego.
Confira a Nota:
Que o Congresso Nacional assuma
o protagonismo: devolva a MP 927!
As Centrais Sindicais, reunidas virtualmente segunda (23), afirmam que a Medida Provisória 927, editada pelo Governo Federal, na calada da noite de domingo, 22 de março, é cruel e escandalosa.
Chega a ser surreal pensar que um presidente da República possa agir de maneira tão discriminatória e antissocial, jogando nas costas dos trabalhadores mais fracos e mais pobres todo o ônus da crise que atravessamos.
A exemplo de medidas adotadas por muitos países também assolados com o coronavírus, agora, mais do que nunca, é a hora do Estado exercer seu papel de regulador, protegendo empregados e empregadores e resguardando a renda e o funcionamento da economia.
Mas, ao invés de comportar-se como um estadista, Jair Bolsonaro edita uma MP macabra que autoriza demissões e o corte unilateral de salários, que não regula a proteção aos trabalhadores em serviços essenciais e que, pior que isso, retira a contaminação por coronavírus como acidente de trabalho, o que é particularmente cruel com trabalhadoras e trabalhadores da saúde, além de uma longa lista de maldades.
Diante da forte repercussão negativa, especialmente no Congresso Nacional, ele anunciou a revogação do Artigo 18, mas isso não basta.
A MP 927 de Bolsonaro é incapaz de orientar a sociedade, e além de atacar salários, direitos e empregos, tenta passar por cima dos legítimos representantes dos trabalhadores, que são os Sindicatos, e impõe negociações individuais.
Trata-se de mais uma atitude contraproducente, uma vez que, dada nossa longa, consagrada e reconhecida experiência em negociação e em enfrentamento de crises financeiras muito podemos ajudar e faremos o que for necessário pelos trabalhadores brasileiros.
Posto isso, demandamos que o Congresso Nacional devolva imediatamente essa MP 927 ao poder Executivo e convoque imediatamente as Centrais Sindicais, as Confederações e órgãos do Estado para produzirmos, de maneira célere, uma Câmara Nacional de Gestão de Crise para combater a pandemia com medidas justas e sociais, garantindo emprego e direitos dos trabalhadores, para enfrentarmos e vencermos a crise.
Proteger os empregos e a renda de todos os trabalhadores é a base para dar as condições e a segurança necessárias para que todos cumpram as medidas de isolamento e cuidados com a saúde. Ampliar as quarentenas, resguardando o trabalho dos setores estratégicos. Cuidar prioritariamente dos mais pobres e vulneráveis é tarefa do Estado e deve contar com o apoio de todos.
É fundamental instituir um Programa Emergencial que contemple:
1) Assegurar fornecimento de água, luz, telefone, tv e internet;
2) Incentivar acordos coletivos que preservem os salários e os empregos durante a pandemia;
3) Criar Fundo de Emergência para, durante a crise, garantir um salário mínimo mensal para desempregados, informais e conexos;
4) Acelerar o processo de concessão de aposentadorias, solucionando imediatamente milhões de processos pendentes;
5) Regularizar os beneficiários do Bolsa Família e do Benefício Prestação Continuada;
6) Criar linhas de crédito e financiamento para os setores obrigados a paralisar suas atividades, com a contrapartida de manutenção do emprego, salário e direitos;
7) Articulação com o Congresso Nacional e todos os governadores, independentemente da filiação política e ideológica.
O movimento sindical estará junto daqueles que querem somar e compartilhar os compromissos de solidariedade com toda a sociedade, em especial com os mais pobres e desprotegidos.
São Paulo, 23 de março de 2020.
Sérgio Nobre, presidente da CUT; Miguel Torres, Força Sindical; Ricardo Patah, UGT; Adilson Araújo, CTB; José Calixto Ramos, Nova Central; Antonio Neto, CSB; Edson Carneiro Índio, Intersindical; Ubiraci Dantas, CGTB.
Agência Sindical
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