“O debate entre salvar vidas ou retomar a economia foi superado. Até economistas liberais cobram mais recursos à saúde e ao setor produtivo. O problema é que o governo demora a decidir”. A fala é de Pedro Afonso Gomes, presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo.
Em entrevista à Agência Sindical, Pedro diz que o dinheiro não tem chegado às empresas. “Converso com empresários e eles reclamam que o crédito não chega”, conta.
Para o economista, foi dado maior poder aos bancos. Ele diz: “O banco quer liquidez, gosta de quando tem duplicata pra descontar, porque significa que já houve a venda”. Pedro Afonso Gomes alerta que “os juros das operações no início da quarentena são o dobro dos cobrados no ano passado”.
A crise afetará duramente o emprego e a economia. Mas o pior é morrerem pessoas. “A economia é para o homem e não o homem para a economia”, afirma o dirigente. E completa: “Precisamos reduzir o ciclo da pandemia. Se não for assim, a quarentena se prolonga e o sacrifício será maior”.
O presidente do Sindicato dos Economistas entende ser melhor o sistema das empresas de “factoring”, que direcionam crédito a fornecedores e pra pagar salários. “O dinheiro não fica na mão do empresário. Mas a empresa produz e gera riquezas”, comenta. Para Pedro Afonso, essa forma de fomento direto “obriga a empresa a trabalhar”.
Reserva – O grosso dos recursos liberados não é do Estado, ele lembra. O governo reduziu parte da reserva retida junto aos bancos e mesmo o FGTS e a antecipação do 13º dos aposentados injetam dinheiro dos cidadãos.
Informais – Tem muita empresa endividada e a liberação de crédito junto aos bancos tende a ser demorada e burocrática. Mas o atraso pior, ele aponta, é com relação aos informais. O economista lembra que o brasileiro ganha pouco e que o pobre não tem poupança.
Agência Sindical
Adicionar comentário