Os 90 mil trabalhadores dos Correios lutam em três frentes. Pra garantir saúde ante a Covid-19, renovar a Convenção Coletiva de Trabalho e contra a privatização da ECT.
Quem conta é Elias Cesário Brito, o Diviza, que preside o Sindicato da categoria na Grande São Paulo (Sintect-SP) e também a Federação Interestadual. Na terça (14), ele participou da live da Agência Sindical. Para Diviza, os gestores da empresa jogam na precarização, a fim de criar um discurso pró-privatização.
TRECHOS PRINCIPAIS:
Organização – “Somos 90 mil no Brasil. Aqui em São Paulo temos 19 mil na base, ou seja, Capital, Grande SP, Sorocaba e região. A maioria dos trabalhadores, ou 55 mil, é externa. Colocam a saúde em risco devido aos contatos na execução das tarefas”.
Saúde – “Hoje mesmo tivemos audiência na Justiça da nossa primeira ação, movida há mais de 90 dias. Tentamos conciliação com os Correios sobre medidas de higienização e cuidados com a saúde do trabalhador. Precisamos entrar com 35 ações pra obrigar a testar e higienizar os locais de trabalho. A empresa, até agora, só forneceu duas máscaras por funcionário, o que é incompatível com as recomendações sanitárias”.
Postura – “A ECT não decidiu nada, jogou no colo da juíza. Estamos discutindo pra chegar a um acordo. Hoje está havendo fiscalização em um dos maiores complexos dos Correios. A juíza pediu inspeção”.
Pauta – “Pleiteamos o básico. Pelo menos uma pia por setor, pra que o trabalhador possa fazer a higienização pessoal. Pedimos higienização dos ambientes e manutenção do prédio principal, na Vila Maria, que abriga no mínimo 800 pessoas e por onde passam mais de 1.500 por dia”.
Testagem – “Trabalhadores esperam pelo teste. A decisão ficou parada por 24 dias e eles ficaram sem exames. Com isso, o serviço atrasou. A Justiça determinou que, enquanto não houvesse testes nos trabalhadores eles não poderiam trabalhar”.
Encomendas – “O correto é que, quando chegar um trabalhador dos Correios, o próprio funcionário local assine os documentos de entrega, pra segurança do próprio trabalhador e do cliente. Após isso, passar álcool gel”.
Ações – “Essa ação da audiência de hoje é coletiva. As outras são individuais, por setor. Estamos fazendo isso pra trazer minimamente a segurança aos trabalhadores”.
Não privatizar – “É como a Vale do Rio Doce. Vendeu a empresa por um preço, mas valia muito mais. Nossa empresa tem 355 anos. Imagine se cai nas mãos da iniciativa privada? Quem vai fazer as áreas metropolitanas carentes e o fundão do Brasil? Só vão querer lugar rico…”.
Pandemia – “Temos controle feito pelos nossos diretores desligados e os que estão na base. O Sindicato tem 310 delegados, que nos informam quando sabem da situação, de contaminações”.
Data-base – “Em agosto. Termina o acordo coletivo dia 31 de julho. O TST reconheceu o acordo coletivo pra dois anos. Ou seja, haveria campanha salarial só no ano que vem. Mas o Supremo suspendeu a cláusula do pagamento do convênio médico e também a validade do acordo. A empresa se sente com a faca e o queijo na mão, usa a pandemia como desculpa e sinaliza corte de direitos. Entendemos que deve ser respeitado o que está acordado. Se não for, podemos fazer uma nova grande greve nacional. Desde 2011 não tem concurso público nos Correios. Éramos 120 mil e hoje somos 90 mil”.
Live – Clique aqui e assista.
Agência Sindical
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