Necessidade de inteligência emocional cresceu porque a economia saiu de uma era industrial e as empresas começam a enfrentar novos desafios.
No dicionário da Universidade de Cambridge, soft skill é o conjunto de habilidades para as pessoas trabalharem e se comunicarem bem juntas.
Apesar de ter ganhado força no mundo corporativo nos últimos anos, elas sempre foram necessárias, mas ficaram de lado no desenvolvimento do profissional nas últimas décadas. Além de soft skill, essas habilidades compartamentais também são chamadas de talentos híbridos.
“Nesta última década, a gente tá olhando de uma forma muito mais profunda para elas porque antes a era industrial pedia profissionais voltados para atuação às questões técnicas, da indústria”, explica Mariana Achutti, CEO da Sputnik, empresa que oferece treinamentos de inteligência emocional para empresas.
Na visão de Mariana, a definição de soft skills tem a ver com o desenvolvimento de questões socioemocionais e comportamentais para o profissional estar a atento a mudanças.
Já a definição do dicionário de Cambridge para o psicólogo e professor da The School of Life Saulo Velasco é, de certa forma, incompleta. As soft skills são habilidades principalmente de autorregulação emocional, que permitem a pessoa reconhecer suas emoções diante de situações de conflito e problemas.
Entre as ferramentas desta caixa estão a própria inteligência emocional, a resolução de problemas complexos e a flexibilidade cognitiva.
Esses três comportamentos estão na lista das 10 habilidades necessárias para os profissionais contemporâneos, publicadas no relatório The Future Jobs, de 2016, do Fórum Econômico Mundial. Todas elas são soft skills. Veja quais são abaixo:
- Pensamento crítico
- Criatividade
- Gestão de pessoas
- Colaboração
- Inteligência emocional
- Julgamento e tomada de decisões
- Orientação ao serviço
- Negociação
- Flexibilidade cognitiva
- Resolução de problemas complexos
No caso da inteligência emocional, um dos aspectos que a compõe é a capacidade de reconhecer seus próprios padrões de comportamento e interromper uma reação em cadeia.
Apesar de a School of Life e a Sputnik serem empresas que oferecem essa caixa de ferramentas para as equipes, com treinamento de educação emocional, o professor Saulo Velasco destaca suas diferenças para um processo psicoterapêutico:
“A psicoterapia é sempre mais profunda, mais extensa, para desenvolvimento, inclusive para os soft skills, mas geralmente não é focada nisso. Esses workshops oferecem um conjunto de ferramentas, mas que precisam ser exercitadas. São pílulas. A psicoterapia já é um processo contínuo.”
A necessidade das soft skills cresceu nas últimas décadas porque a economia saiu de uma dinâmica focada em linhas de produção e as empresas começam a enfrentar novos desafios.
Comunicação, inovação e relacionamento são alguns deles. Agora, as relações mercadológicas são calcadas em questões comportamentais.
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