Em outubro, reajustes abaixo da inflação de 3,89% medida pelo INPC corresponderam a 48% do total. Reajustes iguais a zero foram 12,1%.
Os reajustes salariais inferiores à inflação cresceram em outubro, alcançando o pior resultado em 2020. Cerca de 48% dos reajustes negociados no mês passado ficaram abaixo de 3,89%, inflação acumulada nos 12 meses anteriores segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual de reajustes nessa situação foi quase 22 pontos percentuais superior ao de setembro.
As informações estão na edição de novembro do boletim De Olho nas Negociações, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O boletim mostrou também que, em outubro, o percentual de reajustes iguais a 0% atingiu o patamar de 12,1%.
Trata-se da terceira maior incidência no ano, atrás somente de maio (16,4%) e julho (12,6%). Em 2020, já são 676 reajustes iguais a 0%, que representam cerca de 9% do total. Para se ter uma ideia, em 2019 foram observados 39 reajustes salariais de 0%, o que corresponde a 0,3% do total.
Levando em conta as negociações ao longo de todo o ano de 2020 até outubro, houve ganhos reais em cerca de 41% dos reajustes analisados. Além disso, em 31% das negociações houve aumentos iguais ao INPC e 28% ficaram abaixo da inflação medida pelo índice.
Segundo o Dieese, os resultados das negociações mostram correspondência com a evolução da inflação em 2020. Por isso, a entidade prevê que as negociações ficarão mais difíceis para os trabalhadores a partir deste mês, pois será necessário o reajuste mais alto até o momento de acordo com o INPC, cuja alta acumulada em 12 meses chega a 4,77% em novembro.
No caso do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), um outro índice do IBGE, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chega a 3,92% em novembro. O INPC, no entanto, é o índice utilizado mais comumente nas negociações salariais.
Fonte: Portal Vermelho
por Mariana Branco
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