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Fechamento da Ford pode afetar 119 mil empregos, aponta Dieese

Trabalhadores da unidade em Taubaté (SP) penduram uniformes em protesto. Foto: Agência Sindical

Estudo do Dieese aponta fortes impactos com o fechamento das três unidades fabris da Ford no Brasil. O fim do ciclo da montadora deve afetar 119 mil empregos diretos e indiretos, além de representar perda de mão de obra qualificada, prejuízos pra engenharia e desperdício de investimentos em tecnologia.

Agência Sindical entrevistou o professor Fausto Augusto Junior, diretor-técnico da entidade. A Ford manterá aqui apenas a sede administrativa da América do Sul, o Centro de Desenvolvimento de Produto e o Campo de Provas.

PRINCIPAIS TRECHOS
• Empresa – “A questão tem dois ângulos. O estrito, ou seja, da estratégia de mercado da própria empresa, e o aspecto geral, que tem a ver com a política industrial brasileira para o setor, em vigor há décadas”.

• Reestruturação – “O setor automotivo se reestrutura a cada década, por razões tecnológicas e outras. Cabe aos governos decidir se querem ter em seus países um setor automotivo forte. No Brasil, dominamos todas as fases de produção de um veículo, desde o seu desenho na prancheta”.
• Tendência – “O caso Ford pode não ser um só, isolado. Pode apontar uma tendência, com a opção das empresas de serem apenas montadoras. A produção ficaria para nichos de veículos especiais. Corremos esse risco, o que desmancharia um modelo consolidado desde JK”.
• Mercado – “O brasileiro já foi o quarto maior do mundo. Hoje, ocupa a sexta posição. Pra chegar nesse estágio e se manter, sempre foi um mercado protegido, com nacionalização de setores e outras medidas. O próprio Collor, que havia liberado tudo, teve que rever sua política”.
• Início – “Esse desmonte começou em 2016 e prosseguiu. A ser mantida a política liberal, a tendência de perda se acentua. O desmonte do Inovar Auto e de outras políticas precipitou a crise. Hoje, o México é mais atrativo, porque paga menos que a China e o sindicalismo é frágil”.
Domingo, dia 17, O Estado de S. Paulo trouxe de manchete que o Brasil, nos últimos seis anos, perde em média 17 fábricas por dia. Na avaliação de Fausto Augusto, “o governo não tem uma estratégia para o setor industrial”.

Por Agência Sindical

Jornal Imprensa Sindical

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