Os primeiros resultados do estudo brasileiro da pandemia, realizado em larga escala por pesquisadores do Instituto Butantan no município paulista de Serrana, foram concluídos.
Os dados eram aguardados por pesquisadores de saúde do mundo todo e mostram os efeitos da vacinação sobre a covid-19.
Os pesquisadores chegaram a um índice 75% como ideal para o controle da pandemia no país. Por enquanto, somente 10% dos brasileiros já completaram o protocolo total de vacinação, com as duas doses.
Segundo os pesquisadores, os resultados obtidos até agora permitem afirmar que a vacinação em massa criou uma espécie de cinturão imunológico que protegeu tanto os indivíduos com mais de 18 anos vacinados, como as crianças, adolescentes e demais adultos, que não puderam ser imunizados. O benefício foi observado em todas as faixas etárias.
“Isso reflete a somatória do efeito direto e indireto da vacina, que é a redução na transmissão do vírus por haver uma alta proporção de vacinados na comunidade. Quem recebeu a vacina também está ajudando a proteger o outro,” ressaltou o Dr. Ricardo Palacios, do Butantan e um dos líderes do estudo.
Como
A vacinação de 95,7% da população-alvo do estudo possibilitou reduzir em 95% as mortes, em 86% as hospitalizações e em 80% os casos sintomáticos da doença.
O foco da vacinação atingiu 27.160 moradores, de uma população total de 45.644 pessoas.
Foi então que a equipe chegou a algo em torno de 75% como ideal para o controle da pandemia no país.
Projeto S
Intitulada Projeto S, a iniciativa é inédita no mundo – com apoio da Fapesp – fez uma avaliação da efetividade da vacina CoronaVac no controle da pandemia causada pelo novo coronavírus.
O acompanhamento dos moradores e da evolução dos dados epidemiológicos na cidade continuará por mais um ano.
Os resultados indicam que não há necessidade de aguardar que as crianças e os adolescentes sejam imunizados para a retomada das atividades escolares presenciais.
Efeitos da vacina
Cerca de 4,4% dos voluntários vacinados relataram reações adversas após a primeira dose da vacina. Dessas, apenas 0,02% foi considerada de grau 3, ou seja, capaz de interferir nas atividades cotidianas (em geral dores de cabeça ou musculares).
Após a segunda dose, somente 0,2% teve alguma reação adversa, nenhuma considerada grave, o que dá à CoronaVac o perfil de “extremamente segura”.
“Nós conseguimos medir a efetividade de um imunizante de forma controlada, em uma situação de mundo real. Serrana virou um laboratório de epidemiologia e isso deve servir de exemplo para o mundo. O Brasil pode sair na frente, sua ciência é competente e aqui está a prova”, concluiu Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
Com informações da Agência Fapesp/Diário da Saúde
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