Narrativa bolsonarista serve, diz consultor, para evitar que questões como o aumento da inflação e da conta de energia se tornem assuntos nas redes
Desde que tomou para si o “Dia da Independência” – soa até irônico – o presidente Jair Bolsonaro e a extrema-direita deram início a uma série de convocações e chamamentos nas redes sociais para manifestações no dia 7 de setembro. Com pautas que vão da defesa de Bolsonaro ao fechamento do Supremo, os militares da extrema direita são responsáveis por 72% das menções ao tema nas redes sociais. Já os comentários da oposição somaram 28%. Os dados são da Arquimedes Consultoria.
O pico de menções sobre o “7 de Setembro” ocorreu no dia 20, com quase 250 mil postagens. Naquela mesma data, a Polícia Federal fez uma operação contra o cantor Sérgio Reis. O segundo pico foi no dia 23, com 220 mil menções – o noticiário destacava a reunião dos governadores em uma tentativa de conter a crise política, além da autorização de novos depoimentos no caso de interferência de Bolsonaro na PF.
Como “puxadores” do cluster da extrema-direita favoráveis às marchas bolsonaristas no próximo feriado estão a deputada federal Carla Zambelli, investigada no inquérito das fake news, e o pastor Silas Malafaia, que está convocando evangélicos para as marchas. O deputado Eduardo Bolsonaro também aparece em destaque no mapa feito pela Arquimedes, assim como os perfis de “desinformação” Conexão Política e Brazil Fight.
“Percebemos um crescimento dessa pauta e o investimento nas redes, conta Leonardo Barchini, consultor da Arquimedes. A narrativa bolsonarista serve, diz ele, para evitar que questões como o aumento da inflação e da conta de energia se tornem assuntos nas redes. “É uma forma de manter os apoiadores aglutinados, com uma pauta até certo ponto favorável a eles. Ir contra o STF, alimentar as desculpas de por que o país não anda e seguir alimentando a crise política”, completa.
Fonte: Rede Brasil Atual – RBA com informações da CartaCapital
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