Um teste brasileiro, barato, sensível, portátil e pouco invasivo pode facilitar o diagnóstico da hanseníase e, assim, ajudar a tratar a doença antes de aparecerem os primeiros sintomas.
Ele foi criado em parceria entre Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O teste facilita o diagnóstico da doença – que afeta 200 mil pessoas por ano. E hoje esse diagnóstico é feito só depois dos primeiros sintomas, quem podem aparecer anos após a infecção ter se instalado no corpo do paciente.
“A tecnologia desenvolvida pode ajudar muito, quando consideramos que é uma doença tratável e que, assim que o paciente começa a tomar a medicação, ele para de transmitir o bacilo”, explicou em nota a docente do Departamento de Patologia Básica da UFPR, Juliana Ferreira de Moura.
Teste inédito
Juliana lembrou que não existe nada parecido com esse teste brasileiro.
“Não existe nenhum teste no mercado que permita a identificação sorológica desses pacientes […] Nós precisávamos de um método que permitisse, por exemplo, o mapeamento dos casos em comunidades em que a hanseníase é endêmica, como em alguns estados do Centro-Oeste e do Norte do Brasil”, afirmou.
A doença
“No Brasil, doença persiste como problema de saúde pública. Cerca de 14% do novos casos vêm do Brasil, atrás apenas da Índia. Um dos aspectos centrais no combate à doença é detecção ativa e precoce de novos casos”, informou a UFSCar no Twitter.
Hoje, pacientes com hanseníase são divididos em dois grupos, pauci e multibacilares. Estes últimos têm poucos bacilos, o que é positivo para o tratamento, mas dificulta o diagnóstico sorológico porque também é baixo o número de anticorpos.
“O principal diferencial do teste que desenvolvemos é justamente a possibilidade de detecção de anticorpos em pacientes paucibacilares. Além disso, a técnica consegue diferenciar pauci e multibacilares, o que pode ajudar na orientação do tratamento”, explicou.
“Além dessas vantagens, junto ao baixo custo e à portabilidade, a técnica empregada exige menos reagentes e, assim, também menos material coletado, no caso, o sangue do paciente para a extração do soro”, lembrou Ronaldo Censi Faria, docente do Departamento de Química da UFSCar.
O teste brasileiro já foi patenteado. Agora os cientistas aguardam empresas interessadas para fazer produção em larga escala para depois colocar o produto no mercado.
Com informações da UFSCar
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