Categoria com 55 mil no Estado – 94% mulheres – as nutricionistas sofrem triplamente a crise econômica e a inflação.
Elas também enfrentam o custo de vida; a crise dificulta as negociações com o patronato; a inflação eleva o valor dos insumos da refeição, levando à queda na qualidade do prato.
Consolação Machado Furegati, presidente do Sindicato da categoria em SP, relata: “Estamos iniciando as campanhas salariais. No ano passado, as negociações foram ruins, porque o patronato alegou problemas ligados à pandemia”.
Pra este ano, salário e condições de trabalho pontificam na pauta. A dirigente relata a situação: “Empresas variam produtos, cortam insumos ou reduzem o bandejão e a nutricionista tem que se virar. Recebemos muitas ligações, todo dia”.
SOBRECARGA – Outro problema é a redução de funcionários. Consolação exemplifica: “Numa cozinha, a empresa corta um ou dois empregados. A nutricionista tem que se desdobrar, desviar de função ou acumular tarefas”. Outro exemplo: a empresa demite nutricionista de unidade menor e transfere as tarefas para as profissionais de unidades maiores.
Nutricionistas também sofrem com a inflação dos alimentos. A categoria tem direito a cesta básica de R$ 161,00 ou vale-refeição. “O valor está defasado”, diz a sindicalista. Esse é um dos itens que emperram a negociação.
O agravamento da crise piora as condições de trabalho e eleva pressão sobre as nutricionistas. Tem profissional que, pra abastecer a unidade de trabalho, se vê forçada a fazer compras com o próprio cartão de crédito.
Com o agravamento da crise, a bandeja ficou mais pobre – sai carne bovina, entra frango. “E estão utilizando muita carne moída, que é péssima”, critica Consolação, para quem as profissionais “estão precisando fazer mágica pra apresentar uma refeição decente”.
MAIS – Site do Sindicato dos Nutricionistas de SP.
Por Agência Sindical
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