Setor que emprega cerca de 500 mil trabalhadores no País, os frigoríficos têm sido palco frequente de acidentes de trabalho. Vários fatais. O setor possui Norma Regulamentadora própria – NR 36, torpedeada pelo governo e entidades patronais, como a CNI.
“Nossa Norma, entre todas as existentes, foi a única preservada integralmente, graças a decisão que conseguimos na Justiça do Trabalho em Brasília”, conta Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação Nacional da categoria – CNTA Afins.
MORTES – No feriado do dia 2 de novembro ocorreram duas mortes. Bruno Corrêa, 22 anos, e Leandro Vargas, de 50, perderam a vida ao executar serviço de manutenção em um depósito de ração animal, do grupo JBS, em Xanxerê, Santa Catarina.
Relato da Federação Estadual da categoria diz ter havido explosão quando eles faziam trabalho de solda em estrutura metálica de um silo. Eles sofreram queimaduras graves, foram socorridos, mas morreram. Esse tipo de local geralmente tem baixa ventilação.
A CNTA Afins busca acompanhar as investigações, “a fim de tomar ciência das circunstâncias do acidente fatal e garantir que o rigor necessário seja aplicado”, diz em Nota. A entidade pergunta: “Eles eram recém-contratados? Tiveram treinamento adequado? A função de soldar, em local que contenha gás inflamável, requer acompanhamento de profissionais de segurança. Havia profissional acompanhando?”
O presidente Artur Bueno comenta que esse tipo de silo, “por armazenar matéria prima de ração, acaba acumulando gás do próprio produto”. Daí, a necessidade da rigorosa apuração. Ele comenta: “Pode ser que alguma fagulha da solda, em contato com o gás suspenso, tenha gerado a explosão e depois o incêndio”. A Confederação está em busca da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) e também do laudo pelo Corpo de Bombeiros, que fez o resgate.
MAIS – Sites da CNTA Afins, STIA de Xanxerê e Portal G1.
Por Agência Sindical
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