Política

Aliança do Pacífico convoca combate ao protecionismo e às mudanças climáticas

Líderes posam em evento paralelo à reunião de cúpula. Foto: AFP / Cris BOURONCLE

Os líderes dos países da Aliança do Pacífico irão encerraram neste sábado sua reunião de cúpula em Lima com um chamado a combater as políticas protecionistas e adotar medidas contra o aquecimento global.

O bloco, formado por Colômbia, Chile, México e Peru, terminou sua reunião anual de dois dias em contexto de guerra comercial entre Estados Unidos e China.

“Hoje o mundo é completamente diferente do que era quando a Aliança nasceu há oito anos”, destacou no encerramento da cúpula o presidente anfitrião, Martín Vizcarra.

“Assmimos o compromisso de acelerar os trâmites” da incorporação do Equador “como membro pleno” do bloco, acrescentou Vizcarra na presença de seu colega equatoriano Lenín Moreno, convidado para o encontro.

– “Lista negra” –

Os presidentes de Colômbia, Iván Duque, propôs neste sábado elaborar uma “lista negra” de empresas envolvidas em atos de corrupção, de modo que não possam ter acesso a contratos nos quatro países, mesmo que tenham pago multas.

“Temos o dever moral de lutar contra a corrupção, de fazer uma lista negra de empresas que participaram da corrupção”, para que não possam “voltar a ser contratadas pelos Estados”, disse Duque.

“É nosso dever moral que recebam a sanção social. Temos que demostrar que temos zero tolerância” frente à corrupção, acrescentou.

Vizcarra, cujo país foi atingido pelo escândalo da construtora Odebrecht, também se declarou favorável a enfrentar a luta contra a corrupção como bloco.

“Precisamos ter um olhar integral não somente (da luta em favor) do meio ambiente, como também contra a corrupção”, expressou.

Os presidentes assinaram neste sábado três declarações, entre elas uma em apoio do livre comércio e outra sobre o uso de plásticos, para proteger o meio ambiente.

Na “Declaração de Lima”, os governantes se comprometeram a “continuar promovendo o livre comércio” e “avançar para a livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas”.

Os presidentes decidiram adiantar neste sábado em algumas horas o ato de encerramento da cúpula, no qual Piñera assumiu a presidência rotativa do bloco, que realizará seu próximo encontro no Chile em 2020.

– Compromissos de governança –

Piñera pediiu no ato de encerramento que se reforcem os esforços para enfrentar os efeitos da guerra comercial e propôs medidas para acelerar a integração, entre elas eliminar o “roaming” das chamadas de telefone móvel entre os países do bloco.

Os quatro sócios redobraram suas apostas na Aliança, cujos países possuem conjuntamente 225 milhões de habitantes e representam 38% do PIB da América Latina.

Lançada em 2011, a Aliança do Pacífico representa metade do comércio da América Latina, e, para analistas, é o bloco regional com melhor funcionamento.

Os presidentes também falaram sobre um modo de impulsionar o comércio entre seus países, que, no momento, encontra-se em níveis modestos, embora o bloco seja o oitavo maior exportador do mundo.

O grande ausente da reunião foi o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que decidiu não viajar ao exterior em seu primeiro ano de mandato, mas enviou para representá-lo o chanceler Marcelo Ebrard.

Os países da Aliança navegam em um mar turbulento devido às políticas protecionistas do presidente americano, Donald Trump, e à guerra comercial deste último com a China.

O gigante asiático é o principal sócio comercial do Chile e Peru, e a disputa entre as duas maiores economias do mundo reduziu suas exportações e previsões de crescimento.

Depois do encontro com empresários, Vizcarra ofereceu ontem um jantar para os demais presidentes no Palácio de Governo. Todas as reuniões de trabalho foram programadas para este sábado.

AFP

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade