A Bolívia está negociando com o Brasil para estabilizar o volume de vendas de gás natural – informou nesta terça-feira (17) o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Victor Hugo Zamora, sobre uma questão que no passado gerou problemas bilaterais.
Zamora disse que, juntamente com uma equipe da empresa estatal de petróleo YPFB, visitou o Brasil para discutir com seus pares brasileiros e concorda em negociar, em 70 dias, um adendo aos contratos bilaterais de compra e venda de gás natural.
Um princípio é que, enquanto um novo adendo for negociado, o Brasil demandará uma média estável de 20 milhões de metros cúbicos diários (mmcd) de gás natural. Recentemente, os volumes variavam muito de um dia para o outro.
Segundo Zamora, o Brasil “podia nos pedir 14 (mmcd) de manhã e, à tarde, 30 (mmcd). Era humanamente impossível de cumprir” e “colocávamos em risco até a produção de poços”.
“Agora teremos uma brecha mais curta. Isso é uma grande conquista, e não coloca nossa produção em risco”, completou.
Nos últimos meses do governo do ex-presidente Evo Morales, Bolívia e Brasil tiveram divergências justamente pelo volume de energia demandada.
A Bolívia reconheceu que passava por problemas na produção, como a queda da produção de tradicionais campos de gás, entre eles o de San Alberto (sudeste do país), que causou um descumprimento de contrato.
O Brasil chegou a aplicar multas econômicas à Bolívia. Segundo a imprensa, teriam chegado a 133 milhões de dólares, em março desse ano.
Bolívia e Brasil assinaram há 30 anos um contrato de compra e venda de gás que encerraria neste ano, mas ambos os países decidiram estender o acordo por dois, ou três anos.
A estatal petroleira YPFB reconheceu no final de novembro passado que, nos últimos três meses, suas reservas de gás caíram de 10,7 trilhões de pés cúbicos (TCF) para 8,95 e abriu uma investigação para saber o que aconteceu.
AFP
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