Brasil

Bolsonaro: dizer que há fome no Brasil é ‘uma grande mentira’

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, em conferência de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília. Foto: BRAZILIAN PRESIDENCY/AFP / Marcos Correa

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (19), que dizer que há brasileiros que “passam fome é uma grande mentira”, propagandeada com “intenções populistas”.

O Brasil “é um país rico para praticamente qualquer plantio; falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira (…) Você não vê gente pobre nas ruas com um físico esquelético como a gente vê em alguns outros países pelo mundo”, afirmou durante um café da manhã com jornalistas estrangeiros em Brasília.

“Falar que se passa fome no Brasil é um discurso populista que tenta ganhar simpatia popular, nada mais além disso”, acrescentou.

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apontou em setembro passado que os programas de combate à fome no Brasil se estagnaram, já que o número de pessoas que passam fome diminuiu apenas de 5,2 milhões em 2014 para 5,1 milhões em 2017.

Outro relatório da FAO, de outubro de 2018, detalha que o número de pessoas vítimas do flagelo no Brasil havia caído de 10,6% da população (cerca de 19 milhões de pessoas) no começo dos anos 2000 para menos de 2,5% no período de 2008 a 2010. O organismo destaca o papel dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, nesses avanços.

Mas Bolsonaro parece querer adotar outro caminho, como ele disse, quando questionado sobre declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O parlamentar tinha dito, no último domingo, que o presidente “não tem uma preocupação, uma palavra para o pobre brasileiro”.

Para Bolsonaro, o papel do Executivo e do Legislativo é “facilitar a vida do empreendedor, de quem quer produzir, e não fazer esse discurso voltado para a massa da população”.

– Aceno à Bolívia –

No mesmo evento, Bolsonaro fez um aceno à entrada da Bolívia no Mercosul, bloco que o Brasil integra ao lado de Argentina, Paraguai e Uruguai.

“A Bolívia quer entrar no Mercosul. Logicamente poderá entrar. Poderemos conversar sobre isso aí, mas vai entrar numa situação diferente da Venezuela no passado, que era pelo viés ideológico”, declarou o presidente em Brasília.

A Venezuela tinha entrado em 2012 no bloco, mas foi afastada em 2017 por não respeitar seus compromissos comerciais e políticos.

Segundo Bolsonaro, “o grande sinalizador de que a Bolívia quer mudar foi com a colaboração na detenção no seu país de um terrorista”, o italiano Cesare Battisti, refugiado no Brasil desde 2004 e detido na Bolívia em janeiro deste ano.

AFP

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