Dois pacientes se curaram da Covid-19 em maio, mas voltaram a ter sintomas e diagnóstico positivo dois meses depois
SÃO PAULO – Dois casos de possível reinfecção por coronavírus são investigados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Estão sob análise dois pacientes que se curaram da Covid-19 em maio, mas tiveram de novo sintomas da doença em julho. Os testes de ambos voltaram a dar positivo para o Sars-CoV-2.
“Os sintomas e testes positivos em dois períodos diferentes poderiam ser explicados por outra virose por um vírus diferente, que causaria confusão porque haveria ainda fragmentos inativos [de Sars-CoV-2] que permaneceram no corpo do paciente”, afirma a instituição em nota enviada à imprensa. A informação sobre a investigação foi antecipada pelo jornal “Folha de S.Paulo” neste sábado (18).
Para confirmar essa hipótese de “confusão” de diagnóstico, considerada a mais provável para compreender essa situação, as duas pessoas (um funcionário e um paciente que não trabalha no local) passarão por testes para mais vírus, em busca de outro que possa estar causando a nova doença.
Essa linha de investigação é tida como a mais provável porque a reinfecção pelo novo coronavírus não foi constatada “em nenhum outro caso registrado pela literatura médica internacional”, destaca o hospital. Casos assim já foram pesquisados e descartados na Coreia do Sul, por exemplo. Os estudos mais recentes, pelo contrário, indicam que a imunidade contra a Covid-19 pode ser duradoura.
Outra hipótese levantada pelos pesquisadores do HC é a de que o Sars-CoV-2 possa ter uma longa permanência no corpo e um período de inatividade. Isso acontece com outros vírus, como o da herpes, que volta a se manifestar em alguns indivíduos quando a sua imunidade fica baixa. Esse comportamento, porém, também parece pouco provável para os cientistas quando se trata do novo coronavírus. Pelo registrado até hoje, ele não age dessa forma.
Globo
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