O Dieese publicou recente pesquisa relativa à variação da cesta básica. O levantamento, em 17 Capitais, constatou elevação em 10 locais. Produtos que mais encareceram foram feijão e banana. A batata registrou a maior baixa.
A Agência Sindical ouviu a Supervisora de Preços do Dieese, economista Patricia Costa, sobre a Pesquisa Nacional de Preços ao Consumidor.
Razões – Ela aponta as altas temperaturas dos últimos meses como um dos fatores para o aumento dos produtos. Em fevereiro, a pesquisa havia constatado alta em 14 das 17 Capitais.
As elevações, agora, aconteceram sobretudo no Norte-Nordeste. Recife (5,81%), Fortaleza (5,66%) e Natal (4,49%). A Supervisora de Preços do Dieese explica: “O impacto nessa Região é porque a composição dos itens da cesta difere parcialmente de outros lugares”.
Segundo a economista, o preço dos alimentos, como a batata, fez com que no Centro-Sul o valor da cesta registrasse queda na comparação com o mês anterior. É o caso de Rio (-2,47%), Porto Alegre (-2,43%) e Campo Grande (-2,43%).
Clima – As oscilações climáticas afetam sobretudo os produtos in natura (obtidos diretamente do cultivo de plantas ou animais). Patricia Costa afirma: “Com relação à banana e ao tomate, por exemplo, o excesso de calor tem jogado os preços pra cima”.
Além disso, a pressão sobre alguns alimentos ocorre devido à demanda no mercado externo. Caso do café, cuja elevação de preço também está relacionada ao aumento da exportação.
Estoque – Segundo Patrícia Costa, o preço dos alimentos deve ficar mais estável com a implementação de políticas pra atenuar as oscilações do mercado. Uma delas é a reposição de estoques reguladores. “O governo utiliza o armazenamento de produtos para colocá-los no mercado em épocas de safra baixa, evitando que a cotação tenha uma elevação muito grande”, explica Patricia.
Horas – A cesta em SP, em fevereiro, exigiu 125,57 horas trabalhadas de quem recebe salário mínimo. Mês de março, eram necessárias 126,43 horas. Fevereiro, cesta custava R$ 808,38; março, R$ 813,26. No ano passado, em SP, a mesma cesta ficou em R$ 782,23 em março.
MAIS – Site do Dieese.
Por Agência Sindical
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