Brasil

Chuvas torrenciais deixam mortos e caos no Rio de Janeiro

Rio se encontra em estado de crise por causa das fortes chuvas que caíram na noite de 7 de fevereiro. Reprodução: AFP/Arquivos / Mauro Pimentel

As chuvas torrenciais que atingiram o Rio de Janeiro na noite de quarta-feira, com ventos de até 110 km por hora, deixaram ao menos cinco mortos e um desaparecidos informou o prefeito da cidade, Marcelo Crivella, que decretou três dias de luto.

Informou ainda que a cidade permanece em “estágio de crise”.

“Temos várias áreas de risco em nossa cidade. O solo está encharcado, então pode haver deslizamentos e quedas de se as chuvas continuarem. Peço às pessoas que não fiquem nesses lugares”, afirmou o prefeito Marcelo Crivella na manhã desta quinta-feira.

As mortes ocorreram nas zonas sul e oeste da cidade, nos bairros de Barra de Guaratiba, Rocinha, Vidigal e na Avenida Niemeyer, que liga os bairros do Leblon e São Conrado. Neste último, um ônibus foi arrastado por um deslizamento de terra e um ocupante do veículo permanece desaparecido.

A prefeitura registrou a queda de 170 árvores, que, em muitos casos, bloquearam ruas e interromperam a circulação de carros.

Uma parte da ciclovia Tim Maia, construída à beira-mar para os Jogos Olímpicos de 2016, também se rompeu, sem deixar vítimas. A via já estava em grande parte bloqueada pelo desabamento em abril de 2016.

Vídeos postados em redes sociais e reproduzidos pela TV Globo mostraram poltronas flutuando no saguão do Sheraton Hotel em São Conrado, completamente inundado, e um enorme vazamento de água em um hospital particular na Barra da Tijuca, sobre o que parecia ser um paciente intubado em uma unidade de terapia intensiva.

O Centro de Operações do Rio (COR) pediu aos cariocas que “se desloquem apenas em caso de extrema necessidade”, e pediu que alertem às autoridades se aparecerem sinais de rachaduras nas residências e fiquem atentos às sirenes de alerta sobre o risco de deslizamentos.

A zona sul, a mais turística da cidade, foi uma das mais castigadas.

No Morro da Rocinha, a maior favela do Rio, caíram 153,2 milímetros de água em quatro horas, mais da metade da média história para fevereiro.

Sirenes de emergência alertaram a tempo sobre os riscos de deslizamento e permitiram a evacuação das pessoas das áreas mais vulneráveis, segundo a Defesa Civil.

Em Copacabana os ventos atiram até 110 km/h, derrubando árvores na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, informou o COR.

Os bairros de Botafogo, Ipanema e Leblon ficaram inundados, com queda de árvores, engarrafamentos e cortes de luz que também ocorreram nas zonas norte e oeste da cidade.

– Décadas de abandono –

“Este é o resultado de um abandono da organização urbana da cidade. Fecharam os olhos para a ocupação confusa e o resultado, infelizmente, são tragédias como esta”, criticou o novo governador do estado do Rio, Wilson Witzel em uma coletiva de imprensa.

“Foram décadas de negligência e, nos últimos anos, foram gastos rios de dinheiro em grandes eventos para favorecer a corrupção e a população ficou sem assistência”, acrescentou Witzel, que estima que mais de 80 mil famílias vivem em áreas de “alto risco”em todo o estado.

O “estágio de crise” decretado pela prefeitura é o terceiro e o mais elevado sobre precipitações que podem causar inundações ou deslizamento de terra.

As previsões meteorológicas para esta quinta-feira são de chuvas moderadas e ventos de moderados a fortes.

A temperatura máxima será de 31ºC.

O Rio viveu este ano o janeiro mais quente desde o início dos registros oficiais em 1922, com temperatura média de 37,4 graus Celsius.

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