Municípios de Taboão da Serra, Arujá, Embu Das Artes, Mairiporã e Poá estão sem vagas para pacientes mais graves. Em Taboão, 11 pessoas morreram desde a última sexta (5) à espera de vaga em hospitais do estado.
Cinco cidades da Grande São Paulo estão com 100% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados com pacientes que estão com Covid-19.
A situação mais grave é a de Taboão da Serra, que adaptou leitos de enfermaria para garantir a ventilação mecânica de pacientes, mas não tem condições de dar suporte a casos, por exemplo, que necessitam de hemodiálise. 11 pessoas morreram desde sexta-feira (5) à espera na fila.
Além de Taboão, Arujá, Embu Das Artes, Mairiporã e Poá também não têm mais vagas.
Já as cidades de Francisco Morato, Mogi das Cruzes, Mauá, Santo André e Guarulhos têm ao menos 90% dos leitos municipais de UTI ocupados.
São Bernardo do Campo, Diadema, a capital paulista, Barueri e Caieiras registram taxa de ocupação superior a 80%.
As outras cidades da Região Metropolitana estão com taxa de ocupação de UTI do município abaixo de 80% ou são cidades menores que nem têm terapia intensiva.
Das 39 prefeituras, apenas três não responderam ao questionamento da reportagem: Carapicuíba, Embu-Guaçu e Juquitiba.
Transferência de pacientes
Quatro dos 16 pacientes de Taboão da Serra que aguardam vagas em leitos de UTI desde a semana passada conseguiram vagas em hospitais do estado. Dois deles encaminhados ao Hospital das Clinicas e dois para o Hospital de Guarulhos.
A secretária-adjunta da Saúde de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, Thamires May, disse nesta terça-feira (9) que a cidade tenta, desde a última quarta (3), transferir os casos graves para outras cidades e que o Sistema Cross, que regula vagas SUS no estado, está em colapso.
“Desde o dia 3 nós não recebemos nenhuma vaga. (…) E todas as devolutivas do estado têm sido que o plano de contingência está ativado e que os leitos estão superlotados e não há como receber a nossa demanda”, relata a secretária.
“Não contávamos com esse colapso na [Sistema] Cross e isso que tem dificultado o nosso município”, complementa.
A cidade é a primeira a registrar mortes de pessoas por falta de leitos de UTI no estado.
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde negou problemas no sistema de regulação de ofertas e diz que está ampliando o número de leitos em todo o estado.
“Consta na Cross informação de óbito de oito pacientes de Taboão da Serra desde o dia 28 de fevereiro, até ontem. As idades variavam entre 53 e 82 anos, sendo idosos ou pessoas com comorbidades, com pedidos registrados em média 24h antes do óbito. Nessas situações, o falecimento ocorreu não por ausência de medidas pelo Estado, mas pela gravidade clínica dos pacientes. Outros dez pedidos registrados no período ficaram sem atualização por parte do município em período superior a 48h, o que inviabiliza o trabalho dos médicos da Cross”, diz o texto.
Por Estadão Conteúdo
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