Unidades de tratamento intensivo vão entrar em colapso até 11 de novembro se medidas mais rígidas não forem adotadas, alerta primeiro-ministro
PARIS — A França registrou 523 mortes pela Covid-19 nesta terça-feira, o número mais alto de óbitos em um só dia desde 22 de abril, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Em reunião a portas fechadas, o primeiro-ministro Jean Castex afirmou a deputados que as unidades de tratamento intensivo (UTI) irá entrar em colapso até 11 de novembro caso medidas mais rígidas não sejam adotadas.
— Ele [o primeiro-ministro] nos disse que no dia 11 de novembro nossos hospitais estarão em um nível de saturação semelhante ao da primeira onda, ou seja, um nível de saturação extrema — disse o deputado André Chassaigne a jornalistas após a reunião. — Portanto, a situação é bem grave. Se não conseguirmos achatar a curva nos próximos 15 dias, nossos hospitais não serão capazes de tratar os pacientes.
Outro deputado, Fabien Roussel, confirmou as informações comunicadas pelo premier. Castex, no entanto, não disse quais medidas estão sendo planejadas, segundo os participantes do encontro. Mas segundo a emissora BMF, elas incluiriam uma quarentena nacional com um mês de duração já partir da meia-noite de quinta. O presidente Emmanuel Macron deve fazer um pronunciamento sobre o surto na noite desta quarta-feira.
Aumento de 60% de casos em uma semana
Nesta terça-feira foram registrados 33.417 casos de Covid-19, número maior que o de segunda-feira: 26.711. O recorde foi no domingo, quando foram comunicadas 52.010 novas contaminações.
Comparando com os números da terça-feira passada, quando a França registrou 20.648 casos, houve um aumento de 60% das infecções em uma semana.
Pelo segundo dia seguido, mais de mil pessoas foram hospitalizadas com Covid-19. Foram 1.194 nesta-terça e 1.307 na segunda. Além disso, 148 pessoas foram transferidas para unidades de terapia intensiva — na segunda, foram 186.
No momento, há um toque de recolher que vale para cerca de dois terços da população, em torno de 46 milhões de pessoas. O deslocamento é limitado das 21h às 6h da manhã em 54 departamentos e regiões ultramarinas.
Por Reuters
Adicionar comentário