Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) – A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou nesta segunda-feira a convocação dos ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, e da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, para dar explicações sobre notas técnicas das pastas que chegaram a defender medicamentos sem eficácia comprovada contra Covid-19 e contra a vacinação contra a doença.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse na comissão que Queiroga terá de explicar ações negacionistas à frente da pasta, como o atraso do início da vacinação infantil e campanhas em curso que tem “desmotivado” e “desmobilizado” a imunização no país.
“Queiroga vai ter que explicar o atraso de 1 MÊS na vacinação das crianças e as consequências trágicas que isso trouxe ao Brasil!”, afirmou o parlamentar no Twitter.
A convocação de Queiroga e de Damares –que são obrigados a comparecer– foi aprovada de forma simbólica pela comissão. Não foi definido, entretanto, prazo para o depoimento dele ao colegiado.
Por meio de nota, a assessoria do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou que a ministra “ainda não foi comunicada oficialmente sobre a convocação, porém recebe a notícia com serenidade e está tranquila para responder os questionamentos dos parlamentares”.
O ministro da Saúde disse a jornalistas que irá ao Senado, como em outras ocasiões, mostrar os resultados de sua gestão.
A comissão também aprovou um convite –em que a presença não é obrigatória– para o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do ministério, Hélio Angotti, para falar, entre outras coisas, sobre uma nota técnica em que ele defendeu tratamento sem comprovação contra Covid e minimizou a eficácia das vacinas.
O colegiado também decidiu chamar o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, para falar sobre ameaças que o órgão tem sofrido nos últimos meses após defender –e respaldar– a vacinação infantil contra Covid.
Mais cedo Queiroga, afirmou que a pasta vai garantir até o dia 15 de fevereiro a distribuição de doses de vacinas contra Covid-19 capazes de imunizar toda a população infantil brasileira.
“Nós estamos trabalhando fortemente para antecipar as doses infantis para que os pais também exerçam o direito de vacinar seus filhos, até o dia 15 de fevereiro nós já teremos distribuído doses para vacinar todas as crianças de 5 a 11 anos”, disse ele, em entrevista na porta do ministério.
Segundo Queiroga, a pasta continua trabalhando para apoiar Estados e municípios de forma que as consequências da terceira onda da pandemia no país sejam as menores possíveis para a sociedade.
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