O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse nesta terça-feira (18) que vai encaminhar à Polícia Federal um conjunto de ameaças que parte dos membros da comissão tem recebido.
A CPI da Covid tem o objetivo de investigar a atuação do Executivo no enfrentamento da pandemia, além do uso de recursos federais pelos estados e municípios.
O relato das ameaças foi apresentado pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que fez a solicitação a Aziz. O senador ressaltou que a ameaças parecem ser uma “ação coordenada”.
“Eu creio que não devam ser todos, mas alguns colegas desta CPI têm recebido nas suas comunicações pessoais, no seu WhatsApp e diversas formas diferentes tipos de ameaças”, afirmou Randolfe Rodrigues.
“Diante da Lei 1.579, Presidente, acabei de oficiar a Vossa Excelência, que encaminhe para a Polícia Federal o conjunto de ameaças que os membros desta CPI têm recebido para as providências devidas, nos termos da lei”, disse.
Aziz afirmou que as ameaças serão encaminhadas “hoje mesmo” para a Polícia Federal.
“Será encaminhada hoje mesmo, Senador Randolfe. Isso daí está virando uma rotina, mas o papel nosso é continuar trabalhando aqui”, disse o presidente da CPI.
“Grupos bolsonaristas”
Em ofício encaminhado ao presidente da CPI, Randolfe Rodrigues contou que começou a receber, no último dia 15, uma “sucessão de ameaças” em seu telefone pessoal.
“Algumas delas esclarecem que o número foi disseminado em ‘grupos bolsonaristas’ com o intento de promoverem inúmeras ameaças a este parlamentar”, afirmou o senador.
Rodrigues apresentou cópias das mensagens recebidas, nas quais o senador é chamado de “vagabundo” e “bandido”.
Em determinada notificação, há menção a “traidores da pátria” e diz que os senadores são “a favor do insano, imoral e contra a família bíblica”. O texto é encerrado com a frase: “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”.
Crime
A comissão deve pedir a investigação com base na lei número 1.579, de 1952, que trata sobre as comissões parlamentares de inquérito.
A lei determina que constitui crime “impedir, ou tentar impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito, ou o livre exercício das atribuições de qualquer dos seus membros”.
A pena, para esses casos, prevê de dois meses a dois anos de detenção.
Por Marcela Mattos, Luiz Felipe Barbiérie e Beatriz Borges, G1
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