Segundo levantamento feito pela Boston Consulting Group (BCG) e divulgado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o Brasil terá grande impacto negativo na produção de automóveis. De acordo com as entidades, o fato decorre de uma crise mundial no fornecimento de semicondutores.
Esse material é um componente eletrônico utilizado pelas. O estudo feito pelo BCG mostra que o mercado de veículos no Brasil poderá deixar de produzir entre 240 mil e 280 mil automóveis. Para o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a baixa oferta desses chips levou a paralisações de fábricas. “Num cenário normal, estaríamos produzindo com ritmo acelerado nesta época do ano “, afirma Luiz Carlos.
Volks – Em julho, a Agência Sindical informou sobre a paralisação na linha de produção da Volkswagen em Taubaté. Cerca de 2.200 funcionários foram colocados em férias coletivas por falta dos chips semicondutores. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (Sindmetau), Cláudio Batista (Claudião), à época, mostrou preocupação sobre a crise que afeta todo o mundo. “O problema da Volks é mundial. A montadora sofre por falta de insumos”, disse.
Agora, o dirigente aponta que os problemas persistem e quem sofre é o trabalhador, que deixa de produzir e de consumir. “A falta de investimentos na indústria nacional já vem de algum tempo. E sem um projeto do governo federal, o que vemos é a diminuição do poder aquisitivo e o desemprego assolando o Brasil”, avalia Claudião.
Fornecimento – A falta dos chips semicondutores se junta à falta de outros materiais. Dessa forma, toda a cadeia produtiva sai prejudicada. É o que afirma Jaciel Barbosa dos Santos, diretor dos Metalúrgicos de Guarulhos e funcionário da Cummins, empresa fabricante de motores.
“A produção hoje está sendo afetada devido à crise. A falta de insumos está muito forte no mercado brasileiro”, explica Jaciel. O dirigente conta que os materiais que faltam vão desde componentes eletrônicos a metais e até mesmo paletes para armazenamento dos produtos.
“Falta papelão, plástico e metal nas linhas de produção. Já chegou a faltar até porcas para montagem. O problema, além da falta de estímulo do governo brasileiro, é também o mercado chinês. Todo o mundo comprando de um só lugar, então começa a faltar”, conta o dirigente.
MAIS – Sites da Anfavea, Metalúrgicos de Taubaté e Metalúrgicos de Guarulhos.
Por Agência Sindical
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