Sindical

Desmonte da Eletrobras preocupa engenheiros

Criada em 1954 e viabilizada em 1961, a Eletrobras é um sistema nacional

“Água e energia devem ficar sob controle do Estado. País sem água é país pobre”. A fala do engenheiro elétrico Murilo Pinheiro, presidente do Sindicato no Estado de São Paulo (Seesp) e Federação Nacional, explicita a posição da categoria quanto a dois setores na mira privatista.

O Tribunal de Contas da União autorizou o governo a privatizar a Eletrobras, responsável pela geração de 30% da energia no País. Em São Paulo, tenta-se também privatizar a Sabesp, a grande companhia de águas no Estado.

O ataque à Eletrobras, que coordena e maneja o sistema energético nacional, não ficará sem resposta. Parlamentares vão à Justiça. Servidores recorrem a órgão regulador do mercado. Entidades de Engenheiros também irão à Justiça e atuarão no Congresso Nacional.

Lucro – A privatização estimulará futuros donos a maximizar os lucros. Murilo Pinheiro alerta: “Uma das consequências é o aumento nas tarifas pro consumidor”. E isso sem a exigência de que os donos invistam no sistema, modernizem equipamentos e construam usinas ou estações.

Outro problema é a desnacionalização. Murilo diz: “Em São Paulo, boa parte das usinas já pertence a estatais chinesas, até porque na China o setor energético é controlado pelo Estado”.

A privatização de um complexo nacional como a Eletrobras vai agitar a Bolsa de Valores. Os acionistas vão querer o máximo de dividendos. E isso só ocorre com tarifas mais altas.

Não se descarta a entrada de estatais chinesas. Murilo lembra que a guerra na Ucrânia tem a ver com a questão energética. Países da Europa reestatizam setores antes privatizados.

História – A Eletrobras foi proposta por Getúlio Vargas em 1954 e viabilizada por Jânio em 1961. Tornou-se uma das maiores do mundo, formando gerações de técnicos e engenheiros. “Com privatização e pulverização do sistema, essa expertise pode se perder”, alerta Murilo.

O presidente da Federação Nacional dos Engenheiros vê ameaças à soberania nacional. Ele diz: “Abrir mão da Eletrobras significa não ter uma política energética pro País. Seria um imenso retrocesso”.

Segundo Murilo Pinheiro, os privatistas ganharão muito com a transferência da Eletrobras. “É um negócio ótimo, pois todo dia cai dinheiro no caixa das empresas”, observa. E esse dinheiro entra, como no caso das usinas privatizadas no Estado de SP, sem exigência de investimentos.

MAIS – Sites do Sindicato e da FNE. Leia artigo de Murilo Pinheiro.

Por Agência Sindical

Jornal Imprensa Sindical

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