Três bandeiras tremulam no vento de Ushuaia, a cidade mais ao sul do mundo, a 3.200 km de Buenos Aires, onde foi inaugurada neste domingo (19) a segunda edição da “BienalSur”, o maior evento cultural de arte contemporânea com a Argentina como ponto de partida.
Primeiro evento do tipo lançado em uma universidade pública argentina, a bienal segue até outubro, espalhando-se por 110 sedes em 43 cidades de 20 países, com a participação de 400 artistas.
Na abertura, uma bandeira criada pelo artista francês Christian Boltanski com a palavra “Utopia” foi hasteada no mastro central do Aeroclube Ushuaia. Ao seu lado, elevaram-se as de Voluspa Jarpa, do Chile, e Magdalena Jitrik, da Argentina.
Como trilha de fundo, a Orquestra de Instrumentos Autóctones e Novas Tecnologias da Universidade Nacional de Três de Fevereiro (Untref) interpretou um tema quéchua.
As “bandeiras do fim do mundo” são parte de um projeto ligado à “Draw me a Flag”, uma ideia do próprio Boltanski para a Fundação Cartier de Paris, que já conta com 95 bandeiras produzidas por artistas de todo mundo. Outras serão vistas em Buenos Aires e no Rio de Janeiro, também no âmbito da “BienalSur”.
O lugar escolhido para lançar o evento mundial não foi à toa. “É o sul do sul. Trata-se de mudar as correntes centrais da cultura”, explicou o diretor-geral da bienal e reitor da Untref, Aníbal Jozami.
Até seu encerramento em outubro, a bienal percorrerá mais de 19.000 km, com seu epicentro em Buenos Aires entre 22 e 29 de junho. A sede mais distante a participar do projeto será em Tóquio.
“Em um mundo que constrói muros, aqui da BienalSur construímos processos de integração. Buscamos apagar fronteiras, respeitando as diferenças. Nós derrubamos muros”, afirma Jozami.
AFP
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