Sindical

Engenheiros fazem mais de 30 negociações coletivas

TERÇA, 23 - A partir da esquerda, presidente Murilo Pinheiro e jornalista João Franzin

Em geral, pensa-se em campanha salarial de categorias mais obreiras, como metalúrgicos, construção, químicos e outras. Mas engenheiro também faz campanha e mobiliza muitas frentes de negociação. No Estado de SP, entre março e novembro, são mais de 30.

 

“Praticamente, negociamos o ano inteiro”, relata o presidente do Sindicato da categoria no Estado (Seesp-SP) e da Federação Nacional (FNE), Murilo Celso Pinheiro.

 

Há mais de 15 anos, as campanhas são acompanhadas de um Seminário inicial, do qual participam a categoria, palestrantes e representantes das maiores empresas, geralmente do setor de RH. Nesse evento, as partes firmam intenção de buscar acordos via negociação.

 

O pico ocorre entre maio e junho, com 30 negociações. Entre as quais, CPTM, Cetesb, Embraer, Prefeitura de São Paulo, Cesp, Enel e CPFL. A última delas, em novembro, mobiliza os engenheiros da Usiminas.

“Nossa pauta, nesse sentido, é parecida com a dos trabalhadores do setor produtivo. Ou seja, reposição das perdas pelo INPC, aumento real e melhorias”, explica Murilo Pinheiro. Segundo o presidente do Sindicato, “várias negociações acontecem diretamente com as empresas, mas outras nós fazemos com os sindicatos patronais ou a própria Fiesp”.

 

Piso – Por lei de 1966, engenheiro tem Piso de nove salários mínimos. Essa lei tem uma história interessante, pois havia sido proposta pelo então deputado petebista Almino Afonso. Mesmo com o golpe de 1964, e a cassação de Almino, a lei foi aprovada no Congresso, mas foi vetada por Castelo Branco. E não é que o Congresso Nacional derrubou o veto do ditador?

 

Diálogo – Atento à conjuntura, Murilo observa que a eleição de Lula abriu espaços de diálogo com segmentos patronais. Porém, problemas gerados pelo descuido com a indústria, como a falta de semicondutores e de chips, têm gerado embaraço para o debate das pautas.

 

Outro problema da negociação dos mais de 100 mil engenheiros paulistas, argumenta o dirigente, é a alta taxa de juros, que trava a economia e encarece insumos. Reconhecido por seu otimismo, Murilo Pinheiro diz: “É uma batalha dura, mas acho que estamos abrindo brechas e vamos conseguir baixar os juros, pra que haja estímulo à produção e empregos”.

 

MAIS – Site do Seesp-SP.

Por Agência Sindical

Jornal Imprensa Sindical

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