Patrões do ensino superior privado enrolam nas negociações, irritam professorado e acendem estopim da greve. Data-base é março. Paralisação está marcada pra 5 de setembro.
A Agência Sindical ouviu Celso Napolitano, presidente da Federação dos Professores do Estado de São Paulo, que representa 25 Sindicatos. Principais trechos:
Mercado – “Situação piorou muito. A pandemia impôs fortes mudanças no mercado e relações de trabalho. Houve muitas demissões e hoje o professor trabalha mais e ganha menos”.
Reposição – “Nossa reivindicação é de que, ao menos, se reponha a inflação acumulada na data-base, que ficou em 10,57%. Mas a primeira proposta patronal foi de apenas 3%”.
Negociações – “A bancada patronal finge que negocia, não avança e quando faz alguma proposta fica muito abaixo do INPC – e ainda pra pagar em setembro”.
Paciência – “O professor está muito pressionado pelas más condições de trabalho. Dá aulas remotas e tem que arcar com o custo. As instituições mandaram muita gente embora e juntaram salas. Dar aula pra 300 alunos virou rotina”.
Demissões – “Em plena pandemia, junho de 2020, a UNINOVE demitiu 50% do corpo docente. Professor que restou, e dava 30 horas/aula, hoje está dando 18 aulas. Perda salarial é de 40%”.
Prazo – “Da assembleia de decretação, dia 17, até o começo da greve, há um prazo de 20 dias. Esperamos que os patrões façam proposta aceitável. Senão, haverá greve e ida ao Tribunal”.
Intransigência – “É da parte deles. Já propusemos arbitragem ou mediação, mas eles não querem ficar diante de um mediador ou participar de procedimento pré-processual na Justiça”.
MAIS – Site da Fepesp, Sinpro-SP.
Por Agência Sindical
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