Sindical

Espaço da Cidadania, de Osasco, busca mercado para pessoas com deficiência

O metalúrgico Clemente faz o balanço das contratações em 12 municípios. Foto: Agência Sindical

Falta um nome na historiografia do sindicalismo brasileiro nas últimas décadas. Esse nome é o de Carlos Aparício Clemente, metalúrgico do Osasco.

A trajetória obstinada de Clemente é marcada por duas ações fortes. Uma aguerrida luta contra os acidentes de trabalho, da década de 80 até a virada do ano 2000. Uma firme e articulada atuação – junto ao sindicalismo, patronato e ao poder público – para a contratação de pessoas com deficiência, conforme a chamada Lei das Cotas.

O trabalho nas 12 cidades que compõem a base do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco deu frutos. Pesquisa a ser lançada hoje (6) mostra que a Lei de Cotas já cumpre 96,5% da obrigatoriedade – o dobro da média nacional. Setores como autopeças superam os 100% do que estabelece o Artigo 93, da Lei 8.213/91.

Preconceito – Segundo Carlos Aparício Clemente, “o principal problema para a efetividade da lei ainda é o preconceito”. Ele critica essa postura e argumenta: “A empresa, quando quer vender seu produto, não pergunta cor, opção sexual ou condição física do consumidor. Se age assim pra vender, deveria adotar o mesmo procedimento na hora de contratar quem vai produzir suas mercadorias ou oferecer seus serviços”.

A fim de levar adiante a contratação de pessoas com deficiência – o que inclui até autistas e pessoas com múltiplas deficiências – Clemente idealizou em 2001 o Espaço da Cidadania, com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, filiado à Força Sindical.

O coordenador do Espaço também alerta: quem menos contrata pessoas com deficiência é o governo. “Seja municipal, estadual ou União, os governantes sempre acham uma brecha pra burlar a cota exigida por lei nos concursos públicos”, lamenta.

Lançamento – Hoje, 6, o Espaço divulga a 14ª Pesquisa “Lei de Cotas – Trabalhadores com Deficiência no Setor Metalúrgico de Osasco e Região”. Avenida Erasmo Braga, 307, Presidente Altino, Osasco. A partir das 9 horas. A pesquisa tem apoio da Gerência Regional do Trabalho e do Projeto de Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho da SRTb/SP.

Após apresentação dos resultados, será feito balanço da postura do Poder Legislativo e sociedade civil sobre o PL 6.159/2019, considerado lesivo aos trabalhadores com deficiência.

Entrevista – Clemente foi entrevistado na Agência Sindical dia 4 pelo jornalista João Franzin. Serão duas matérias: Vídeo da Semana, de 12 minutos; e reportagem mais enxuta sobre o tema da inclusão no mercado das pessoas com deficiência.

MAIS – Acesse o site www.ecidadania.org.br ou ligue para (11) 3685.0915.

Agência Sindical

Jornal Imprensa Sindical

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