É o que propõe ferramenta digital criada em convênio firmado entre a ABIPLAST e a ABDI; solução será voltada a indústria de reciclagem de material plástico, transformadores plásticos e empresas adeptas de programas de logística reversa e ações de gerenciamento de resíduos.
Rastrear digitalmente os resíduos plásticos desde o descarte deles até a reinserção como matéria-prima na fabricação de um novo produto: é esse o mote de uma ferramenta digital que começou a ser desenvolvida este mês, com previsão de entrega das primeiras funcionalidades em dezembro, e que promete comprovar a circularidade do plástico de forma mais eficiente.
A iniciativa consta de um convênio assinado no final de maio entre a ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) e a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), respectivamente gestora e financiadora da medida, no acordo que terá vigência de dois anos. Um primeiro convênio do tipo já havia sido firmado entre as partes, em 2020, para o projeto de gestão de resíduos sólidos urbanos e logística reversa.
Com o novo convênio, a ferramenta criada vai poder emitir um Certificado de Economia Circular dos plásticos a partir do rastreio de seus resíduos e da verificação da circularidade, ou seja, do descarte ao reuso deles como matéria-prima a novos produtos e mercados, e com segurança jurídica dos dados utilizados. O parceiro que vai executar o projeto da ferramenta é a empresa Central de Custódia, de São Paulo, que fará a aferição da logística reversa dos materiais analisados pela ferramenta.
De acordo com o diretor-superintendente da ABIPLAST, Paulo Teixeira, na prática, a ferramenta vai se valer dos dados de origem dos resíduos, custodiados por essa plataforma, de forma combinada às informações da indústria no uso dos resíduos como matéria-prima e reincorporados no processo produtivo.
“Essa é uma solução que vai nos permitir criar um indicador de circularidade mais robusto e mais claro quanto às informações sobre o plástico a partir do momento do descarte, além de mapear todos os agentes da cadeia produtiva em relação a critérios sociais e de governança”, explica Teixeira. “Com isso, é possível também garantir segurança jurídica para as empresas usuárias da plataforma – algo que, no final das contas, torna ainda mais atrativa a adesão a modelos circulares de economia”, complementa.
Usuários da ferramenta
Conforme a ABIPLAST, a ferramenta poderá ser usada tanto pela indústria de reciclagem de material plástico, agente essencial à recuperação de resíduos e à reinserção deles na lógica produtiva, como por empresas adeptas de programas de logística reversa e ações de gerenciamento de resíduos, uma vez que a nova solução, por meio de informações, possibilitará a elas a otimização de seus projetos e ações.
Outro público-alvo são os transformadores plásticos e brand owners, pois a ferramenta permitirá que eles comprovem a utilização de conteúdo reciclado em seus produtos, com rastreabilidade, contribuindo com seus compromissos individuais de logística reversa e economia circular.
No caso dos recicladores, por exemplo, como não estão previstos na PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), a ABIPLAST avalia que incluí-los nesse projeto é possibilitar a geração de valor percebido para a resina reciclada, o que reforçará a importância desses elos na cadeia.
“Tornar possível o monitoramento dessa cadeia e, com isso, agregar a ela rastreabilidade, dados e informações regionalizadas de resíduos e de sua reintrodução no mercado, com segurança e transparência, é também possibilitar avaliar gargalos e oportunidades para sua melhoria”, destaca o diretor-superintendente da ABIPLAST.
Teixeira observa que já a partir dos resultados do primeiro convênio da ABIPLAST com a ABDI foram percebidas oportunidades de incorporar inovação e tecnologia para a cadeia de gestão de resíduos e logística reversa no Brasil – característica marcante de um modelo de economia circular 4.0, inserido no contexto de uma indústria balizada pela transformação digital.
“Agora, esse novo projeto atende essa oportunidade e traz critérios de maturidade tecnológica à cadeia produtiva de circularidade dos plásticos, aspecto fundamental da economia circular em uma indústria moderna e de processos cada vez mais digitais”, finaliza Teixeira.
Sobre a ABIPLAST
A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) representa o setor de transformados plásticos e reciclagem desde 1967, atuando para aumentar a competitividade da indústria. Para isso, realiza ações que promovem novas tecnologias, novos processos, pesquisa de produtos com foco na sustentabilidade, entre outras. A concreta implementação da economia circular na cadeia produtiva está no topo das prioridades da ABIPLAST. A entidade, referência no tema, desenvolve juntamente com seus associados ações que preparem os setores para a nova realidade que se delineia, avançando gradualmente em direção a resultados efetivos. A ABIPLAST representa atualmente 12,1 mil empresas que empregam um total de 322,9 mil pessoas
Assessoria de imprensa – GBR Comunicação
Janaina Garcia – janaina.garcia@gbr.com.br
Eduardo Pedro Silva – eduardo.silva@gbr.com.br
Guilherme Brendler – guilherme.brendler@gbr.com.br
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