Grupos econômicos voltam a atacar os frentistas. Eles retomam ofensiva derrotada nos anos 90, no governo FHC, quando tentaram impor o autosserviço nos postos de todo o País. A medida quebraria milhares de pequenas empresas e desempregaria em massa.
A Agência Sindical apoiou aquela luta, encerrada com vitória, por meio da Lei 9.956/2000. O autor foi o então deputado Aldo Rebelo (PCdoB). A articulação ampla da categoria levou o presidente Fernando Henrique a sancionar a lei.
“O setor corre risco de ser dominado por meia dúzia de refinarias e distribuidoras”, alerta o presidente da Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro), Eusébio Luiz Pinto Neto.
Em entrevista à Agência, o dirigente relata a luta contra as bombas automáticas e aponta diversos prejuízos. Eusébio afirma: “A iniciativa teria duplo efeito, pois quebraria parte das 42 mil empresas do ramo e resultaria em grande volume de demissões”.
• Self-service
“A mando das grandes distribuidoras, parlamentares tentam revogar a Lei 9.956, que proíbe o self-service. Sob o governo atual, a pressão aumentou. Travamos uma luta gigantesca pra aprovar aquela lei, pois à época havia distribuidoras prontas a implantar o sistema em avenidas inteiras de São Paulo”.
• Pressão
“Os interessados na derrubada da proibição são as grandes distribuidoras e refinarias. Com este governo eles conseguiram assumir a produção de Petróleo no Brasil. E, agora, têm interesse de entrar na revenda e verticalizar o setor. Para isso, impõem a condição de implantar o self-service e diminuir custos com mão de obra”.
• Prejuízos
“O mercado tem 42 mil empresas e mais de 600 mil trabalhadores. Com o autosserviço, o setor ficaria na mão de meia dúzia de empresas. Haveria quebradeira das pequenas e afetaria 90% da categoria, com desemprego em massa. Atingiria, direta e indiretamente, mais de dois milhões de pessoas”.
• Sociedade
“É importante a sociedade se manifestar, porque também será afetada. Posto de combustível é ambiente de periculosidade. O frentista está treinado pra lidar com os produtos e a forma de abastecer. Existem Normas Reguladoras com procedimentos específicos. É um risco desnecessário à saúde do cliente utilizar bombas automáticas, inclusive devido ao benzeno, que é cancerígeno”.
• Saúde
“O posto é local inseguro, tanto assim que os trabalhadores recebem adicionais por conta dos riscos. Em contato com a pele, o combustível provoca graves estragos. O benzeno é cancerígeno. Ao estimular o cliente a abastecer seu próprio veículo, os grandes grupos não estão nem aí pra saúde do cliente. Querem apenas lucrar mais e rapidamente.”
Vídeo da Semana – Entrevista será exibida em breve no Canal Youtube da Agência Sindical.
Mais – Acesse o site da Fenepospetro.
Agência Sindical
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