O líder parlamentar da Venezuela, Juan Guaidó, prometeu nesta terça-feira (3), durante uma sessão legislativa, combater a corrupção que supostamente existiria entre os opositores, após acusações relacionadas contra legisladores aliados, gerando inclusive uma divisão entre aqueles que lutam para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder.
Durante sessão legislativa, Guaidó disse, irritado, que se levantará com força e se rebelará contra a corrupção, a miséria e os ladrões deste povo.
Autoproclamado presidente interino, reconhecido no cargo por mais de 50 países, Guaidó foi alvo de críticas de políticos ligados ao governo, que o chamaram de “corrupto”.
Segundo o site Armando.info, congressistas opositores entraram em contato com autoridades da Colômbia e dos Estados Unidos para eximir de responsabilidade o empresário colombiano Carlos Lizcano, em um caso de suposto aumento de custos na importação de alimentos para o governo Maduro.
A esta denúncia soma-se uma contra Humberto Calderón Berti, que exercia a função de embaixador de Guaidó na Colômbia, que na última sexta-feira acusou representantes do presidente interino de desvio de verbas para atender 148 militares que desertaram em fevereiro.
Após apoiar Guaidó na fracassada tentativa de rebelião contra Maduro, esses militares buscaram abrigo na Colômbia, e depois denunciaram que estavam abandonados à própria sorte.
Na terça-feira, o Parlamento, o único poder nas mãos da oposição, criou um comitê para investigar legisladores que teriam emitido certificados de boa conduta para “exonerar” empresas e cidadãos acusados de “administração imprópria de recursos públicos” destinados ao programa pelo governo Maduro para a distribuição de alimentos subsidiados.
“Nós vamos encarar com força”, disse Guaidó na abertura da sessão parlamentar, na qual anunciou sua intenção de combater a corrupção, a miséria e os ladrões do povo venezuelano. venezolano.
“Que a investigação atinja quem tiver que atingir”, afirmou o líder da oposição.
A sessão parlamentar desta terça-feira não abordou as acusações de corrupção, mas Guaidó tomou a palavra para acusar novamente o chavismo de um desfalque de 400 bilhões dólares em duas décadas no poder.
Lizcano é identificado na investigação jornalística como “subalterno” de outros dois empresários colombianos, Alex Saab e seu parceiro Álvaro Pulido, que os Estados Unidos sancionaram em 25 de julho por suposto superfaturamento no programa de alimentos para famílias pobres.
As acusações geraram as primeiras divisões. O parlamentar José Brito disse que Guaidó “não tem qualidade moral, ética ou legal” para ordenar investigações “porque ele é corrupto”.
Segundo Brito, há uma “rebelião interna” dentro do Legislativo contra o líder da oposiçã.
Um dos acusados de corrupção, William Barrientos, atribuiu o escândalo a um “plano macabro” do governo para “desacreditar” o Parlamento.
“A oposição está dividida em mil pedaços diante das acusações que vão e vêm de corrupção. Esse é o desastre da oposição na Venezuela”, disse Diosdado Cabello, número dois do partido no poder, durante uma manifestação em Caracas.
AFP
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