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Magri aponta falhas da Enel

São Paulo tem sofrido seguidos apagões de energia. O abastecimento está a cargo da Enel, empresa cujo acionista majoritário é o Estado italiano (23%). A cobertura da Enel se estende a 18 municípios da Grande SP, cuja população supera 18 milhões. Ela comprou as operações da estatal Eletropaulo em 2018.

Agência Sindical ouviu Antonio Rogério Magri, que foi funcionário da Light entre 1961 e 1995. Nesse período, ele presidiu o Sindicato dos Eletricitários do Estado e também foi ministro do Trabalho e Previdência.

Principais trechos:

– Subsolo. “Minha primeira observação é que o subsolo de São Paulo é imenso e complicado. É um terreno que exige muito apuro técnico”.

– Causas. “Não existe efeito sem causa. A meu ver, a Enel não tem pernas pra dar conta da tarefa. Pra isso, ela precisaria investir pesado, em equipamentos, tecnologia e contratação de mais funcionários”.

– Pessoal. “Muitos dos antigos se aposentaram ou foram demitidos. A terceirização avançou muito, utilizando mão-de-obra sem o devido treinamento, conhecimento e preparo. Esse pessoal ganha muito mal. Ainda bem que recebem o Adicional de Periculosidade que conquistamos na época em que eu presidi o Sindicato”.

– Light. “A política era o mais velho passar conhecimento a quem estava chegando. Havia trabalhadores antigos que identificavam de pronto o problema, a origem e indicavam onde e como agir. Isso acabou”.

– Quadros – “A Light chegou a ter 22 mil empregados. Hoje, e Enel opera com 3 mil, 3,5 mil. Fica evidente a falta de pessoal. A rotatividade da mão de obra era pequena. A baixa permanência na empresa também impede a formação e qualificação desses trabalhadores”.

– Light e Eletropualo – “A sede da Light era no Rio e eu, enquanto presidente do Sindicato, viajava frequentemente pra lá. A empresa foi comprada pelo Brasil. Já na época da Eletropaulo, que era estatal e ao que me lembre, nunca houve onda de apagões.”

– Terceirização – “É outra fonte de problemas. Que treinamento recebe um terceirizado e quanto tempo ele fica na empresa? Será que dá tempo de aprender o serviço?”

– Investimentos – “A cada dia pessoas e empresas consomem mais energia elétrica. A Enel não está em condições de atender essa demanda toda. Pra atender ela terá que investir e investir muito”.

– Idade – “São Paulo tem estações e casas de força com mais de 80 anos. Elas precisam de manutenção preventiva permanente e de reparos. Sem isso, os apagões vão continuar”.

– Consumidor – “O cidadão e a empresa prejudicados pelos cortes de energia têm todo o direito de recorrer à Justiça. E eu recomendo que recorram”.

– Explicações – “A Enel deve satisfações à sociedade. Ela precisa vir a público e explicar o que se passa.”

MAIS – Site do Sindicato dos Eletricitários de São PauloProcon-SP.

Por Agência Sindical

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