Na segunda Páscoa em meio à pandemia de coronavírus, os pequenos negócios de confeitaria e chocolate esperam um resultado bem diferente do de 2020. Se no ano passado os empreendedores foram surpreendidos com o fechamento do comércio a menos de 20 dias da data mais importante do ano para seu segmento, neste ano eles já estão acostumados a se comunicar com clientes pelas redes sociais e vender pela internet.
Segundo empresa de análise de crédito Boa Vista, as vendas de chocolate na Páscoa de 2020 caíram 33% na comparação com o ano anterior. “Muitas confeiteiras não tinham nem Instagram profissional. Em duas semanas, trabalhando loucamente, elas conseguiram construir e distribuir catálogos online, garantindo pelo menos um mínimo de vendas”, diz Mayra Viana, analista de competitividade do Sebrae no setor de alimentação.
Depois de passada a confusão inicial, os pequenos negócios foram se adaptando às mudanças nos hábitos de consumo de seus clientes. Se antes a procura maior era por encomendas para aniversários, chás e casamentos, depois da pandemia passou a ser por doces para consumo individual ou familiar. O modelo de entrega também precisou ser revisto: muitos clientes preferem receber em casa a ir buscar na confeitaria, mas até então 43% dos empreendedores não trabalhavam com delivery.
Com a melhora da pandemia no final do ano, havia uma expectativa no setor de que a Páscoa de 2021 aconteceria já com a reabertura total do comércio e da volta da circulação de pessoas. Infelizmente, desde março, o Brasil passa pelo momento mais complicado da crise sanitária, o que forçou vários governadores e prefeitos a estabelecer medidas mais rígidas de isolamento.
“Para os confeiteiros, não mudou muito. Eles só seguiram trabalhando com os processos que desenvolveram ao longo de 2020”, diz Mayra Viana. Na visão da especialista, os maiores afetados são os ambulantes que vivem da venda de docinhos e bolos, bem como os “empreendedores de temporada”, que fazem ovos artesanais na Páscoa para vender para colegas de trabalho, amigos e familiares.
Ao todo, a expectativa é que a Páscoa de 2021 seja de 10% a 15% maior que a do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Supermercados. Especificamente para os micro e pequenos negócios, a analista do Sebrae aposta em um faturamento semelhante ao do último ano, já que os grandes players conquistaram mais espaço de mercado ao longo dos últimos doze meses. “Os empreendedores estão confiantes, já sabem o que funciona e o que não funciona para vender online”, diz Viana.
Por Carolina Ingizza, com Agência Sebrae de Notícias
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